Um estudo inédito conduzido pelo Movimento Todos à Mesa, em parceria com a Bain & Company, aponta que a redistribuição de alimentos é uma poderosa ferramenta para combater a insegurança alimentar no Brasil. Segundo o relatório, a aplicação de boas práticas e a ampliação das redes de redistribuição de alimentos poderiam tirar até 3 milhões de brasileiros da fome.
A pesquisa revela que, embora o Brasil tenha mais de 20 milhões de pessoas vivendo em insegurança alimentar grave ou moderada, menos de 1% dos alimentos desperdiçados é reaproveitado para doação. Esse número está abaixo de países vizinhos como México e Argentina, mostrando que há um vasto campo para melhorias no país.
Principais dados do estudo
- 20 milhões de brasileiros vivem em insegurança alimentar grave ou moderada.
- 12 milhões de toneladas de alimentos reaproveitáveis são desperdiçadas anualmente.
- As doações de alimentos representam menos de 1% do total de desperdício.
- A redistribuição de alimentos tem o potencial de impactar 3 milhões de brasileiros e pode aumentar em 3 vezes, alcançando 600 ktons por ano.
Para absorver maior volume de doações, é necessário o aperfeiçoamento e crescimento da rede de redistribuição. O caminho até a meta requer crescimento gradual do volume de doações e esforços em todos os elos do ecossistema. Os ambientes tributário, regulatório e de engajamento já reúnem condições propícias às doações, embora avanços sejam necessários.
O estudo também mapeou as áreas de maior vulnerabilidade e revelou que o desperdício reaproveitável está concentrado nas regiões com maior necessidade de doações. O objetivo é, em cinco anos, fortalecer a rede de redistribuição de alimentos por meio de melhorias no ambiente regulatório, tributário e na conexão entre doadores e receptores.
Recomendações objetivas para resolver o problema da insegurança alimentar
Para Alcione Pereira, cofundadora do Movimento Todos à Mesa, as práticas de redistribuição são uma oportunidade real de transformação: “Enfrentar a insegurança alimentar é uma questão urgente, que exige atenção e ação imediata. Com a redistribuição de alimentos, podemos fazer a diferença para milhões de brasileiros.”
André Borges, diretor de sustentabilidade do iFood e cofinanciador do Movimento, complementa: “O ecossistema de redistribuição de alimentos no Brasil é forte, mas para resolvermos a questão da fome, é essencial que todos os atores – empresas, sociedade e governo – estejam alinhados.”
Fábio Lavezo, gerente de sustentabilidade do Assaí, reforça: “O apoio ao estudo do Movimento Todos à Mesa é parte da nossa estratégia de combate à fome. Precisamos encontrar soluções que reduzam o desperdício e garantam acesso à alimentação adequada para todos.”
A pesquisa contou com a participação técnica da Connecting Food, que ajudou a consolidar dados e visões de mais de 40 especialistas, além de realizar entrevistas com membros de ONGs, bancos de alimentos e indústrias. Também foram analisados mais de 20 projetos de leis em tramitação e dados de fontes como PNAD, IBGE, FAO, e Receita Federal.
A conclusão do relatório é clara: com o crescimento da capilaridade da rede de redistribuição e a adoção de melhores práticas, o Brasil pode dar um passo significativo para reduzir o impacto da fome e tornar o reaproveitamento de alimentos uma realidade concreta no combate à insegurança alimentar.
Confira os gráficos do relatório:
Estudo_Todos_a_Mesa_-_Do_desperdicio_a_mesaLeia também:
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