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O Food Forum marcou presença no primeiro dia do World Agri-Tech South America Summit, evento que reúne a cadeia de abastecimento agrícola internacional para abordar os principais desafios e inovações do setor, com participação de mais de 160 empresas e 90 startups do segmento.

Construindo sustentabilidade e rentabilidade em escala – principais temas para 2023:

  • Produção Inteligente para o Clima: construindo resiliência ambiental e econômica na agricultura
  • Biológicos: aproveitar a natureza para criar produtos mais resilientes e rentáveis
  • A Fazenda Digitalizada: aumentar a escala e a adoção de soluções agrícolas inteligentes
  • Do farm para a nuvem: capitalizar o aumento da conectividade rural
  • Distribuição: acesso a novos canais para impulsionar tecnologias e serviços aos agricultores
  • Commodities inteligentes: permitindo a rastreabilidade da cadeia de suprimentos da fazenda ao garfo
  • Agri-Fintech: reduzir o risco do financiamento para os agricultores e a cadeia de valor através de plataformas digitais
  • Safras Futuras: superando barreiras à edição de genes e novas tecnologias de melhoramento
  • Agricultor em destaque: acelerando a inovação por meio de testes de campo e colaboração
  • ESG Finance: destravando novas fontes de investimento para o crescente ecossistema de agtechs

Confira os highlights do que rolou no 1º dia do World Agri-Tech:

Produção inteligente para o clima: construindo resiliência ambiental e econômica na agricultura

Neste painel, que teve como presidente da sessão o Rodrigo Rodrigues, da Falconi, e os palestrantes Celso Moretti, da Embrapa, Mauricio Rodrigues, da Bayer CropScience, e Rossano de Angelis, da Bunge, foram abordados diversos temas relacionados aos desafios enfrentados pelos agricultores sul-americanos, como os desafios climáticos, de qualidade e produtividade. “Nós sabemos muito, mas precisamos promover parcerias com empresas no mercado para poder construir sistemas. É importante termos diferentes stakeholders engajados”, diz Mauricio.

Além disso, aproveitaram o World Agri-Tech para falar sobre as soluções que apresentam maior potencial para melhorar a sustentabilidade econômica e ambiental nesse contexto agrícola. Também foi mencionado como os produtores de animais estão lidando com as mudanças nas exigências regulatórias e quais inovações estão contribuindo para tornar a produção animal mais sustentável.

Outro ponto discutido foi onde e como os compromissos de sustentabilidade corporativa estão sendo aplicados pelos operadores agrícolas, bem como a forma como as agroindústrias estão trabalhando em parceria com os produtores para aumentar a produtividade e a receita, protegendo a saúde do solo e reduzindo o uso de insumos. Neste contexto, Rossano comenta ser impossível falar sobre redução de pegada de carbono se não estiver conectado com os melhores parceiros no mercado. Segundo ele, “o futuro é low carbon”.

Já Celso diz que é necessário considerar o baixíssimo percentual de geração de carbono na agricultura nacional, comparado com outros países. “Precisamos aprofundar as discussões globalmente sobre a pegada de carbono de produção de proteínas alternativas de laboratório”.

Por fim, a palestra também abordou a questão de como os produtores estão equilibrando a resiliência climática e o crescimento econômico, destacando os desafios associados a esses métodos mais amigos do ambiente.

World Agri-Tech Summit South America

Agricultura regenerativa e agricultura de carbono: trabalhando com a terra para uma agricultura preparada para o futuro

A agricultura regenerativa está ganhando um forte impulso em toda a América Latina, com diversas abordagens sendo adotadas para impulsionar a sustentabilidade agrícola. E este foi o tema do painel, que teve como presidente da sessão Kalob Williams, da 12TREE, e os palestrantes Daniel Baeta, da Luxor Agro, Aline Tristão Bernardes, da S.OLEUM, Jairo Trad, da KILIMO e Fabiana Munhoz, da Renature.

A utilização do próprio solo como ferramenta na agricultura de baixo e plantio direto está desempenhando um papel fundamental na redução das emissões de carbono. Além disso, a busca por créditos de carbono de alta qualidade tem se mostrado um fator motivador para os produtores contribuírem para um futuro positivo ao planeta. “Algumas empresas estão enfrentando desafios em suas operações para manter operações devido a questões de sustentabilidade”, comenta Fabiana.

No entanto, ainda existem barreiras significativas para a adoção generalizada da agricultura regenerativa e de carbono. “Como dialogar com agricultores sobre o tema regeneração? Precisamos ganhar escala no mercado para a conscientização”, comenta Aline.

Superar esses desafios requer esforços coletivos para enfrentar questões como falta de conhecimento, resistência a mudanças e a necessidade de investimentos adicionais. Para Daniel, o tema ainda não é tratado com muita seriedade junto aos produtores quando ele roda pelo país. “Muitos acham que é modismo”, diz. Ele também afirma que educação é uma das peças-chave para promover o conceito de cultura regenerativa.

Colaboração definirá o futuro dos negócios no agro

Existem diversas ameaças e oportunidades no mundo relacionadas com os negócios de agricultura. Sergi Vizoso, vice-presidente da BASF, apresentou sua visão com previsões a curto (em dois anos) e longo prazos (pelos próximos dez anos). Em grande parte, os impactos das crises climáticas serão críticos nos temas sociais. Ganharão força se falharmos nas iniciativas que buscam mitigar os problemas. E todas as ameaças têm alguma relação com as atividades da agricultura.

A agricultura ocupa um papel central no custo de vida das populações. A produção de alimentos, com qualidade e custos acessíveis, é crítica e muito positiva em termos de segurança social. Pelo lado das soluções relacionadas às atividades da agricultura, as inovações em práticas de cultivo, novas tecnologias em sementes, tratos, equipamentos e irrigação, revertem benefícios para os desafios das mudanças climáticas. O setor deve buscar ser carbono neutro em suas atividades.

Sergi destacou que a BASF atualmente combina tecnologias e práticas para poder melhorar o potencial de sustentabilidade na produção de alimentos. Isso ocorre por meio de parcerias e cooperações com diversas empresas, que compõem com as investimentos da empresa em pesquisa e desenvolvimento de novas soluções.

Entre os principais tópicos, a conectividade de soluções e equipes tem papel central na digitalização das fazendas. A empresa busca a melhor eficiência de recursos, produtividade e proteção de safras, trato e sementes, iniciativas importantes como suporte aos produtores e na direção da economia de carbono.

A BASF apresentou no World Agri-Tech algumas empresas com quem realiza parcerias de negócios, no desenvolvimento de soluções em conjunto:

Farmer Spotlight: acelerando a inovação por meio de testes de campo e colaboração

Durante a palestra, que teve Yahell Bonfim, do Canal Rural, como presidente da sessão, foram abordados diversos temas relacionados ao futuro da agricultura na América do Sul, sob a perspectiva dos agricultores.

Nela, os palestrantes Nicolás Ridley, da MSU, Pedro Hales, da Raízen, José Massad, da Raízen, e Carlos Visconti, do CNH Industrial/Itaú, discutiram os desafios enfrentados pelos agricultores sul-americanos, bem como os obstáculos enfrentados pelo ecossistema de inovação.

Além disso, foram exploradas as tecnologias disruptivas que estão proporcionando maior valor para o setor agrícola e os principais impulsionadores para a adoção dessas inovações nas fazendas. Para José, devemos aumentar o uso do etanol como combustível, já que ele acredita ser um produto de muito potencial: “o etanol pode ser uma fonte de produção e combustível sustentável, usado em um futuro a longo prazo, até mesmo, em aviões e transportes aéreos”.

Os agricultores de hoje estão em busca de novas tecnologias e foi discutido o que ainda falta no mercado. Pedro aproveitou para falar um pouco sobre o papel da Inteligência Artificial e Machine Learning: “estamos gerando muitos dados através de satélites e temos que usar essas informações de uma maneira mais inteligente. Precisamos de machine learning para ter mais efetividade na produção desses dados”.

Também foi debatido como a regulação e o governo podem apoiar de maneira mais eficaz o ritmo da inovação na agricultura. Foram ainda apresentadas informações sobre as atuais ações governamentais e regulatórias, bem como a necessidade de mudanças nesse contexto. Quando questionado sobre os principais desafios em relação a desenvolver automação no campo, Carlos comentou que não é fácil ter pessoal especializado e treinado para esse tipo de situação. “Precisamos desenvolver as pessoas, ir a universidades, educar quem vai ao campo para que faça um bom trabalho”, diz.

Distribuição: acesso a novos canais para impulsionar tecnologias e serviços aos agricultores

Neste painel participaram os palestrantes Fernando Degobbi, da Coopercitrus, Matheus Ganem, da Seedz, Ruy Cunha, da Lavoro Agro, e Andre Savino, da Synap, Syngenta. Jose Thomé, da Agtech Garage, foi o presidente da sessão.

Entre outros assuntos, eles abordaram a verticalização impulsionada por diversos fatores, que está consolidando o mercado e oferecendo oportunidades. A digitalização e compras online afetam varejistas tradicionais, mas beneficiam produtores.

Plataformas digitais integram-se aos modelos de distribuição existentes e consolidam o mercado regionalmente. A consolidação de produtos facilita a integração de dados em toda a produção, unindo empresas de alimentos e fornecedores. Soluções “one-stop-shop” podem facilitar a colaboração entre produtores e agroindústrias, quebrando silos de conhecimento.

World Agri-tech: como usamos dados de satélite para avaliações agrícolas rápidas para segurança alimentar, sustentabilidade e mudanças climáticas, e qual é o valor das parcerias público-privadas?

O palestrante Ricardo Guerra, Diretor de Vendas América Latina da Planet, apresentou rapidamente sobre a missão da Planet, que é fazer com que a mudança global seja acessível, visível de se trabalhar. Ele falou sobre os 200 satélites que têm na empresa atualmente e, ainda, mostrou uma visão real deles em órbita, mostrando que é possível ter uma imagem para o mundo todo a cada dia.

Com 13 anos de mercado, a empresa americana (que iniciou em uma garagem), hoje é considerada a “Netflix da constelação de satélites”, como brincou Ricardo.

Alguns dos principais benefícios dessas imagens é extrair dados de teor hídrico do solo, medir a temperatura da superfície terreste, biomassa de determinada área, estradas, estruturas florestais, carbono, entre outros.

No momento, a empresa está em um projeto piloto em parceria com a Microsoft, onde são enviadas perguntas e o sistema acessa as imagens e dados analíticos, voltando com a resposta em tempo real.

E vamos para o 2º dia do World Agri-Tech!

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