O ranking The Global Startup Ecosystem Report Agtech & New Food Edition, publicado por Startup Genome, analisa 25 ecossistemas de startup agtech e foodtech internacionais. As empresas norte-americanas dominam na captação de investimentos, com 12 empresas. Ásia e Europa contam com cinco e quatro empresas, respectivamente. Oceania, com duas. E América Latina? Sobrou com apenas uma.
Um estudo do JP Morgan indica que a América Latina produz e exporta 16% dos alimentos do mundo, percentual que certamente cresce ano a ano. Ainda assim e com a crescente necessidade de produção de alimentos para atender as demandas futuras, a região ainda não é atraente para os investidores internacionais. As mesmas dificuldades foram apontadas no estudo divulgado pela AgFunder na semana passada.
O programa de aceleração de startups realizado pela Mana Tech atua no sentido de quebrar as barreiras entre as empresas que necessitam obter capital e os investidores norte-americanos. A empresa opera o Base Miami, de onde já deu suporte a mais de 100 empresas com seu programa Bootcamp, em parceria com entidades governamentais no Brasil, Colômbia e Chile.
A empresa opera também como interface junto a dezenas de investidores brasileiros e internacionais, como um hub para que possam receber informações mais bem estruturadas das startups. Segundo Ettiene Guillard, Head of Ventures da Mana Tech, há um grande potencial para as empresas latino-americanas serem mais bem sucedidas na captação de investimentos internacionais.
“Estamos há quatro anos dando suporte às empresas, ainda em fases iniciais de captação, para que melhor estruturem suas operações e apresentações. Nosso trabalho com empresas agtech e foodtech busca fazê-las entender como funciona o ecossistema de investimentos norte-americano, para obterem melhores resultados”, explica Ettiene.
STARTUPS LATINO-AMERICANAS SE PREPARANDO PARA O PITCH A INVESTIDORES GLOBAIS
O último processo de formação na região ocorreu de março e junho de 2023. Contou com doze empresas participantes que buscam investimentos Série A, indicadas pelas empresas de investimentos. No modelo remoto e sem custos para as empresas, passaram por um Bootcamp para definir melhor os objetivos e bases de seus negócios. Na sequência, tiveram mentoria com líderes de mercado e treinamento para realizar a apresentação (pitch) a investidores internacionais. As doze empresas dedicaram apenas de quatro a seis horas por semana (para que pudessem manter suas atividades nas empresas).
O resultado desse trabalho pôde ser apreciado no Demo Day, evento online ocorrido em 15 de junho, que somou audiência de 305 pessoas qualificadas, sendo 50 fundos de venture capital. As startups conseguiram atrair a atenção de 35 investidores que solicitaram informações adicionais.
Ettiene comemora que este programa trouxe investidores com potencial de mais de US$ 20 milhões em investimentos. “Entendemos ser prioritário para as startups conhecer como devem se preparar para serem atraentes, com negócios sólidos, para que consigam se projetar no mercado de forma consistente”, reforça o executivo.
QUEM SÃO AS EMPRESAS PARTICIPANTES DO DEMO DAY MANA TECH
– Agrotoken – financiamento com uso de tokens
– GA Intergado (Ponta) – Gestão tecnologia de agropecuária (Brasil)
– AgroUrbana – fazendas verticais
– Instacrops – gestão integrada de database na agricultura
– Food For Future – Criação de insetos para produção de alimentos
– NoMoo’s – Produção de alimentos plant-based substituindo lácteos
– The New – Produção de alimentos proteicos plant-based
– Save Fruit – Frutas acondicionadas com proteção para evitar perdas
– Ucrop – Agricultura regenerativa
– Nutri Co – Foodtech atua no uso de dados para produzir alimentos com baixo custo, nutritivos e sustentáveis.
– Verqor – Financiamento para pequeno agricultor
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