educação e capacitação no agronegócio, homem na cabina de trator conectado com diversas telas digitais
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A capacitação no agronegócio é fundamental para garantir o crescimento sustentável e competitivo do setor

Com a evolução das tecnologias e o aumento das exigências por práticas sustentáveis, a educação e a capacitação no agronegócio surgem como ferramentas essenciais para inovar e melhorar os padrões de produção. O agronegócio brasileiro, responsável por uma significativa parcela do PIB e por 26,8% dos empregos no país, enfrenta um cenário de constante evolução tecnológica e desafios ambientais.

O emprego na agricultura foi o tema discutido no dia 27 de fevereiro, quando a Rede de Socioeconomia da Agricultura da Embrapa (RSA) realizou mais um encontro da série Debates em Socioeconomia. Especialistas discutiram os desafios e as transformações no mercado de trabalho rural diante do avanço tecnológico e das mudanças no agronegócio.

O evento foi coordenado por Job Lúcio Vieira e Pedro Abel, da Assessoria de Estratégia da Embrapa (AEST), e moderado por Décio Gazzoni (Embrapa Soja, Londrina). Participaram do debate Isabel Mendes de Faria (Confederação Nacional da Agricultura, CNA), Hélio Zilberstein (USP) e Vahid Vahdat (Instituto Veredas e UFABC). A transmissão ocorreu pelo YouTube e contou com cerca de cem participantes.

Novas tecnologias exigem capacitação no agronegócio

O agronegócio brasileiro enfrenta um cenário de constantes transformações, impulsionadas pela adoção de tecnologias avançadas que visam aumentar a produtividade e a sustentabilidade no campo. Para acompanhar essas mudanças, é fundamental investir em educação e qualificação de pessoal para trabalhar no agronegócio, fundamentais para atender às demandas do mercado e às exigências de uma produção mais verde e tecnologicamente avançada.

A introdução de inovações tecnológicas, como agricultura de precisão, uso de drones e inteligência artificial, exige profissionais capacitados para operar e interpretar dados complexos. A adoção dessas tecnologias requer conhecimento especializado e atualização constante por parte dos trabalhadores rurais.

A economista Isabel Mendes de Faria, da CNA, apresentou um panorama atualizado do mercado de trabalho no agronegócio. Segundo ela, o setor representou “26,8% dos empregos no Brasil em 2023”, empregando 28,3 milhões de pessoas. No entanto, a ocupação na agropecuária vem registrando queda ao longo dos anos.

“Entre 2012 e 2023, houve uma redução de quase dois milhões de postos de trabalho no campo, enquanto setores ligados ao agronegócio, como a agroindústria e os agrosserviços, apresentaram crescimento”, afirmou.

Esse movimento reflete uma migração da mão de obra rural para outros elos da cadeia produtiva, impulsionada pela mecanização e pela busca por maior qualificação.

Ela destacou a importância da capacitação profissional e da inovação tecnológica para garantir que os trabalhadores possam se adaptar a essa nova realidade. “O aumento da produtividade tem sido um fator determinante para a transformação do emprego rural.”

Isabel também mostrou que cerca de “45% da mão de obra no campo ainda é constituída por empregados sem carteira assinada”. Esse número caiu 2,9% entre 2022 e 2023, enquanto os empregados com carteira aumentaram 6% no período. Segundo ela,

“O principal entrave são os custos associados à formalização, e a solução passa pela conscientização e pela progressiva incorporação dos custos ao preço dos produtos na porteira da fazenda. O aumento da produtividade tem sido um fator determinante para a transformação do emprego rural.”

Ela ressaltou que a inovação tecnológica demanda trabalhadores preparados para lidar com novas ferramentas e processos.

Terceirização e os desafios do mercado de trabalho

O professor Hélio Zilberstein, da USP, abordou o impacto da terceirização no setor agrícola. Ele explicou que o modelo de contratação no campo sempre foi influenciado pela sazonalidade, o que impulsiona a terceirização da mão de obra.

Zilberstein relembrou a reforma trabalhista de 2017, que “ampliou a legalização da terceirização para atividades-fim e flexibilizou as relações de trabalho”. Segundo ele, essa mudança trouxe benefícios para a organização do setor, mas também desafios para os trabalhadores, que enfrentam um mercado mais dinâmico e menos estável.

“As leis precisam ser atualizadas para acompanhar as transformações do mercado”, ressaltou.

Oportunidades de negócios em educação e capacitação no agronegócio

Os investimentos em educação e qualificação profissional são fundamentais para que o agronegócio brasileiro continue a crescer de forma inovadora e sustentável. Preparar os trabalhadores para as inovações tecnológicas que exigem capacitação e educação no setor é essencial para manter a competitividade e a eficiência no campo.

Um ponto relevante que chamou a atenção de Décio Gazzoni, mediador do evento, foi o aumento da produtividade do trabalhador rural a partir de 1995.

“Isso reflete, essencialmente, a incorporação de tecnologia, a melhoria do nível de instrução dos colaboradores e a excelência do serviço de treinamento e capacitação no campo”, explicou Gazzoni.

O debate indicou que a modernização do setor é um caminho sem volta e que o desafio central é garantir que essa transição seja feita de forma equilibrada, sem aprofundar desigualdades sociais.

Confira o vídeo na íntegra:

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