World Agri-Tech Innovation Summit 2025 San Francisco - , reforçando a importância de valorizar sua contribuição para a economia global.
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Líderes do setor debatem soluções para produtividade e segurança alimentar no evento internacional World Agri-Tech Innovation Summit

A inovação agrícola é essencial para garantir a produtividade e a resiliência do setor diante de desafios como mudanças climáticas e segurança alimentar. Durante o painel de abertura do World Agri-Tech Innovation Summit 2025, especialistas destacaram a importância da tecnologia, da ciência, do compartilhamento de conhecimento e promoção do trabalho no agro, essenciais para transformar a agricultura global.

A nova edição do evento teve início em 11 de março, em San Francisco, reunindo mais de 2500 profissionais que atuam no agronegócio, na indústria de alimentos, em ONGs, finanças e investimentos.

Desafios e oportunidades na inovação agrícola

A necessidade de aumentar a produtividade agrícola de forma sustentável foi um dos temas centrais do evento. Leah Anderson, da Winfield United, ressaltou que o setor precisa “reduzir insumos e aumentar a eficiência”, tornando as colheitas mais resilientes às pressões ambientais.

Jess Christiansen, da Bayer, enfatizou que a inovação passa por um “ecossistema de parcerias”, com o agricultor no centro das soluções. Ela citou como exemplo o “smart corn”, um milho de menor estatura que pode revolucionar a produtividade global. “Precisamos simplificar o uso de dados para que os agricultores tomem decisões mais eficientes”, afirmou.

A adoção de tecnologias a partir de inteligência artificial foi mencionada como uma ferramenta promissora para analisar dados agrícolas, prever riscos e recomendar práticas mais eficientes.

Segundo os especialistas, a adoção dessas tecnologias com dados de campo pode ajudar agricultores a tomarem decisões com base em informações mais claras e assertivas, aumentando sua rentabilidade e em prazo de tempo mais reduzido.

O papel da tecnologia e da IA no futuro da agricultura

Thomas Vilsack, da World Food Prize Foundation, destacou a necessidade de adotar IA, sensores e drones para aumentar a eficiência das lavouras. Ele alertou que, apesar dos avanços, a produção atual “não acompanha o crescimento populacional mundial”, e o setor precisa acelerar suas inovações.

Para Joe Cornelius, da Gates Ag One, o maior desafio está nos impactos climáticos:

“2024 foi o ano mais quente da história e as perdas de produtividade na África Subsaariana chegam a 29% por conta das mudanças climáticas”.

Joe vê a convergência de disciplinas científicas como chave para criar soluções inovadoras e acessíveis.

A adoção de tecnologias digitais também podem desempenhar um papel fundamental na mitigação desses impactos, ajudando a modelar mudanças climáticas e prever oscilações na produtividade agrícola. Ao processar grandes volumes de dados meteorológicos e históricos de safra, esses modelos possibilitam estratégias mais eficazes de adaptação às variações climáticas.

Jess Anderson, avaliando o uso de inteligência artificial, afirmou:

“IA não vai substituir as pessoas, mas pessoas que utilizam IA substituirão aquelas que não a utilizam”

Regulação e acesso à inovação no setor agrícola

A regulação foi outro ponto crítico abordado no painel. Paul Rea (BASF) alertou para a necessidade de processos mais ágeis: “O tempo necessário para aprovar novas tecnologias é um grande obstáculo para a inovação”. Ele defendeu maior alinhamento entre os países para facilitar a adoção de novas soluções agrícolas.

Vilsack complementou a discussão sobre os impactos dos processos das decisões regulatórias e o modelo atual de renda dos agricultores norte-americanos. Tais fatores dificultam a atração de novos talentos para trabalharem no campo, e que acabam optando por outras profissões:

“A ciência precisa ser reconhecida globalmente como base para as decisões regulatórias. 88% das famílias agrícolas nos EUA precisam de renda extra fora das fazendas, evidenciando a necessidade de modelos mais sustentáveis e lucrativos para os agricultores”.

Jessica Christiansen (Bayer) destacou que “subestimamos a importância de educar reguladores e o público”, defendendo narrativas que conectem a ciência ao cotidiano. Paul reforçou que “contar histórias emocionais sobre os agricultores” ajuda a construir confiança, citando como a colaboração setorial revisou estratégias de herbicidas nos EUA. Vilsack lembrou que “a segurança alimentar é um direito humano, não uma questão política”, exigindo alinhamento global baseado em ciência.

O uso de inovações tecnológicas com apoio de inteligência artificial no desenvolvimento de políticas agrícolas pode ajudar a acelerar regulamentações, ao analisar padrões e tendências que influenciam as decisões dos órgãos reguladores. Com isso, seria possível reduzir o tempo necessário para aprovações e impulsionar inovações no setor.

O impacto da inovação no futuro da agricultura

Além da tecnologia, o futuro do setor passa por um olhar mais humano. Jessica (Bayer) pontuou que o setor deve melhorar sua comunicação com o público:

“Precisamos contar histórias emocionais sobre os desafios e a dedicação dos agricultores. Ampliar a educação científica pode ajudar a aproximar os consumidores das inovações no campo.”

Outro aspecto relevante foi a inclusão feminina no setor. Joe Cornelius mencionou que apenas um terço dos cientistas agrícolas são mulheres, apesar de elas representarem 70% dos agricultores em diversas regiões do mundo. Para ele, incentivar a participação feminina é essencial para impulsionar a inovação.

O painel destacou a necessidade de atrair jovens e mulheres para a agricultura. Joe Cornelius ressaltou:

“25% da população global será africana até 2050, criando oportunidades em um continente com 60% das terras aráveis não cultivadas”.

Paul mencionou programas de liderança juvenil nos EUA como modelo para o mundo, enquanto Vilsack encerrou com um apelo, reforçando a importância de valorizar sua contribuição para a economia global.: 

“Agricultores não apenas trabalham na lavoura – a agricultura define quem eles são.”

O World Agri-Tech Innovation Summit 2025 reforçou a necessidade de colaboração entre setor privado, pesquisadores e governos para garantir um futuro sustentável e inovador para a agricultura global.

A integração de tecnologias pode ser a chave para acelerar esse processo, tornando as decisões agrícolas mais baseadas em dados e acessíveis para produtores em todo o mundo.

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