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Uma tecla que o ITAL – Instituto de Tecnologia de Alimentos já havia batendo desde o surgimento da classificação NOVA agora tem prova de conceito: é possível se alimentar em uma dieta saudável com 91% das calorias oriundas de alimentos classificados como “ultraprocessados” e seguindo recomendações de guia alimentar, no caso o Dietary Guidelines for Americans 2020-2025.

Essa é uma constatação do estudo publicado pelo The Journal of Nutrition em 24 de junho liderado por cientistas do Grand Forks Human Nutrition Research Center, ligado ao Agricultural Research Service (ARS) do USDA, órgão governamental responsável pela agricultura nos Estados Unidos.

A pesquisa teve como objetivo checar a viabilidade de obter um menu saudável com alimentos “ultraprocessados” seguindo as recomendações do guia alimentar em vigor nos EUA, portanto contendo porções de grupos e subgrupos de frutas, vegetais, grãos, proteínas e lácteos: o cardápio elaborado atingiu 86 pontos de 100 no Healthy Eating Index, índice que avalia o quanto uma dieta está alinhada ao guia.

Dieta saudável com baixos níveis de gordura saturada e açúcar adicionado

Para elaborar o menu de sete dias com padrão diário de consumo de 2 mil calorias, os pesquisadores usaram a ferramenta MyPyramid. Com café da manhã, almoço, jantar e refeições leves, a dieta priorizou produtos alimentícios com baixos níveis de gordura saturada e açúcar adicionado, contendo micro e macronutrientes. Cenouras e feijões enlatados, margarina cremosa, queijo cheddar ralado, produtos de panificação integrais, iogurtes e leite ultrafiltrado foram alguns itens escolhidos.

Considerando que a dieta balanceada tem maior relação com o conteúdo nutricional e o grupo de cada alimento ingerido (não sendo tão importante o grau de processamento, critério base da classificação NOVA), novas pesquisas devem ser feitas, especialmente estudos de intervenção. A proposta dos cientistas é explorar o conceito adotado para compreender a real relação dos alimentos “ultraprocessados” com problemas de saúde, que tanto tem sido feita em pesquisas observacionais.

O estudo da ARS, agência de pesquisa científica agropecuária dedicada a buscar soluções para problemas que afetam a população, é um componente de peso para reforçar a atenção da comunidade científica, do setor produtivo e da sociedade como um todo no combate à fome. Afinal, esse é o verdadeiro problema a ser combatido e não os alimentos “ultraprocessados”.

Lançado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) dezoito dias depois da publicação da pesquisa liderada pelo Grand Forks, o relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI) projeta que quase 600 milhões de pessoas sofrerão com desnutrição crônica até 2030. E não precisamos aguardar sete anos para perceber a gravidade da situação hoje: cerca de 70,3 milhões de brasileiros (32,8% da população) passaram por insegurança alimentar severa ou moderada entre 2020 e 2022, porcentagem bem acima da registrada no relatório anterior (18,3%), referente ao período de 2014 a 2016.

A fome, aliás, é uma das principais preocupações do Governo Federal, que afirma ter 24 ministérios envolvidos no planejamento do Plano Brasil Sem Fome a ser anunciado em breve. Qual motivação a mais precisamos ter para mudarmos nosso olhar em relação à importância dos alimentos “ultraprocessados”?

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  2. […] O amarelar brasileiro frente ao verdejar institucional globalTroféu de guerra: o sucesso do croissantUma dieta saudável com alimentos “ultraprocessados” […]

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