produtos alimentícios para regenerar a natureza
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Empresas brasileiras criam produtos alimentícios para regenerar a natureza em desafio internacional

Um desafio internacional liderado pela Fundação Ellen MacArthur e pelo Sustainable Food Trust revelou 141 produtos alimentícios para regenerar a natureza, desenvolvidos com base nos princípios da economia circular. No Brasil, 11 empresas finalistas apresentaram inovações como blends proteicos da Amazônia, cremes de mel de cacau e pães de mel com biomassa de banana verde, todos projetados para reduzir impactos ambientais e promover a regeneração dos ecossistemas.

O Desafio ‘O Grande Redesenho de Alimentos’ reuniu 57 empresas de 12 países para desenvolver 141 produtos alimentícios regenerativos, alinhados aos princípios da economia circular, incluídos no relatório da empresa. Amazônia Agroflorestal, Amazonika Mundi, Bebajapí Bebidas Fermentadas, Cuíca, Horta da Terra, Mahta, Nude, Nutricandies, Puravida, Santa Food e Viva Regenera são as 11 empresas nacionais selecionadas.

As inovações incluem um cereal proteico feito à base da biomassa da aveia; blend proteico em pó com ingredientes da floresta amazônica, como o cogumelo Yanomami e a castanha-do-Brasil; creme adoçante de mel de cacau; pão de mel com recheio à base de doce de biomassa de banana verde; entre outros.

Design circular apoia a regeneração da natureza

Os produtos submetidos ao desafio foram desenvolvidos com base no modelo de design circular de alimentos, que propõe critérios para escolhas de ingredientes, fornecimento e embalagem, garantindo que o resultado final contribua para a prosperidade da natureza. O modelo sugere a priorização de ingredientes diversos, o uso de coprodutos alimentares, a seleção de ingredientes de menor impacto ambiental e a produção com práticas regenerativas. Além disso, as embalagens devem seguir os princípios da economia circular, evitando resíduos e sendo feitas de materiais recicláveis e reutilizáveis.

No Brasil, startups como Mahta e Amazonika Mundi se destacaram com ingredientes amazônicos, como o cogumelo Yanomami e a castanha-do-Brasil. Já a Bebajapí inovou com bebidas fermentadas usando frutas nativas, enquanto a Nutricandies criou doces nutritivos a partir de biomassa de banana verde.

Segundo Luisa Santiago, diretora executiva da Fundação Ellen MacArthur na América Latina, “o Desafio ‘O Grande Redesenho de Alimentos’ demonstrou que é possível desenvolver produtos priorizando o impacto positivo para a natureza. Essa iniciativa é essencial para transformar o sistema alimentar, reduzindo sua contribuição para as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, e tornando-o parte da solução.”

Da ideia ao produto final: relembre o Desafio

Lançado em 2023, o Desafio ‘O Grande Redesenho de Alimentos’ teve origem no relatório de mesmo nome, que analisou o papel das empresas de bens de consumo e do varejo na transição para um sistema alimentar positivo para os negócios, as pessoas e o meio ambiente. O documento propôs o design circular de alimentos como uma ferramenta para implementar essa mudança, promovendo maior biodiversidade, captura de carbono, melhoria da qualidade da água e do solo e redução da pressão sobre a terra.

O Desafio foi dividido em três fases. Na primeira, as empresas participaram de webinars com especialistas em economia circular para aprender sobre o design circular de alimentos e formular conceitos de produtos. As ideias que atenderam aos critérios passaram para a fase de produção, na qual os produtos foram desenvolvidos integralmente.

Durante essa fase, 19 startups e PMEs receberam um subsídio total de £570.000 (aproximadamente R$4.101.725), sendo £30.000 (cerca de R$215.880) por empresa, para ajudar na execução de suas propostas. Entre as contempladas, destacaram-se quatro empresas brasileiras: Bebajapi Bebidas Fermentadas, Horta da Terra, Mahta e Nutricandies.

Luisa Santiago reforça que “as empresas partiram de estágios diferentes no desenvolvimento dos seus produtos. Algumas já tinham experiência na escolha de ingredientes e fornecedores, enquanto outras iniciaram do zero. Esse subsídio garantiu que boas ideias se tornassem realidade.”

Do conceito às prateleiras: Carrefour Brasil apoia produtos alimentícios para regenerar a natureza

O Grupo Carrefour Brasil, um dos apoiadores do desafio, ofereceu mentoria para alinhar as inovações às demandas do varejo. “Queremos tornar alimentos regenerativos acessíveis a todos”, afirma Susy Yoshimura, diretora sênior de Sustentabilidade da empresa. Parte dos produtos finalistas, identificados pelo selo “Aliado da Natureza”, chegará às prateleiras de redes como Carrefour, Quitanda e Casa Rica ainda em 2024.

Susy Yoshimura, diretora sênior de Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil, enfatiza a importância de iniciativas como essa: “Somos um elo entre os produtores de alimentos e os consumidores. Nosso papel é colaborar para novas abordagens de produção e consumo, oferecendo alimentos de qualidade socioambiental de forma acessível.”


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