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Serviço inédito no mercado realiza a medição desde a produção dos insumos agrícolas até a comercialização e impulsiona práticas sustentáveis no setor agrícola auditado pela Bureau Veritas

Uma das maiores questões em aberto no mercado de carbono é sobre como dimensionar corretamente os impactos das operações do agro. O tema foi foco de diversos painéis durante a COP28, com inúmeros entendimentos e pouca uniformização nos critérios de cálculo a serem adotados para quem gera, deseja reduzir sua pegada ou investir no mercado de créditos de carbono.

A Bayer e Embrapa desenvolveram o PRO Carbono Commodities, programa pioneiro de mensuração da pegada de carbono na produção de soja no Brasil. Trata-se de uma calculadora para calcular a pegada de carbono em todas as etapas da cadeia produtiva que foi adaptada para climas tropicais.

Por meio da calculadora Footprint PRO Carbono, a ferramenta é baseada em uma metodologia reconhecida internacionalmente, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), que mede a pegada de carbono dos produtores de soja participantes em larga escala.

O seu uso proporciona maior transparência e sustentabilidade na produção de insumos agrícolas, quantificando e garantindo rastreabilidade de todo o processo. Isso inclui desde a utilização de insumos como sementes e fertilizantes, consumo de combustível nas operações do campo e de logística até a entrega para traders. Cada fase do processo é monitorada para apuração da contribuição do CO2 equivalente.

Garantindo a veracidade e confiabilidade nos dados, o Bureau Veritas, líder mundial em teste, inspeção e certificação (TIC), é o responsável por auditar os dados do programa.

“Minimizar os efeitos do aquecimento global e ser mais sustentável são demandas que estão cada vez mais atreladas a todos os setores, principalmente o agro. A tendência é que as empresas deem preferência para fornecedores que tenham o mínimo de emissão de carbono possível, alinhados com as tecnologias desenvolvidas que são essenciais para auditar o programa PRO Carbono Commodities e garantir a eficácia da mensuração”, afirma Andressa Lisboa, diretora de Certificação e Auditoria do Bureau Veritas.

Ferramenta permite a aplicação objetiva de melhorias na pegada de carbono durante o processo produtivo no Brasil

O programa da Bayer mensura a pegada de carbono e garante rastreabilidade de todo o processo de produção do grão. Além disso, possibilita propor planos de intervenção com ações que ajudam a diminuir a emissão de carbono, ao mesmo tempo em que contribui para a restauração das áreas de cultivo.

As calculadoras que existem atualmente foram desenvolvidas para climas temperados. Já o novo programa inova ao capturar grande parte dos dados primários de maneira automatizada. Utiliza soluções digitais, revelando que as emissões médias de CO2 dos produtores participantes são menores do que a média da pegada brasileira reportada em bases internacionais.

Segundo Andressa, o diferencial da calculadora desenvolvida pela Bayer e Embrapa é que considera as diferenças da agricultura praticada em áreas tropicais como o Brasil. Prevê, por exemplo, o comportamento do solo, tipos de manejo, culturas e número de safras no ano, ao invés de se basear em referências de clima e solo da Europa e EUA, que não condizem com a nossa realidade.

Inicialmente aplicada à soja, a metodologia tem potencial para também ser expandida para outras culturas. A base do cálculo é semelhante para as commodities, porém cada cultura tem necessidades diferentes e especificidades. Todo o processo é adaptável.

Agricultura regenerativa e mercado de carbono ganham força com a ferramenta

Felipe Albuquerque, Gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios de Carbono da Bayer, reforça a relevância da ferramenta no contexto da medição da pegada de carbono no agro: “Temos a visão de que a agricultura regenerativa é um dos caminhos para enfrentar os desafios climáticos e preservar ecossistemas. Neste contexto, nosso trabalho é dividido em três grandes propósitos: regenerar, descarbonizar e remover”.

Felipe destaca que o uso da ferramenta é importante na redução das emissões de commodities agrícolas. Está se tornando uma solução estratégica para enfrentar os desafios da cadeia de suprimentos e promover a descarbonização.

“Focamos na adoção de práticas agrícolas sustentáveis, que permitam produzir mais, com menos recursos e regenerando mais os ecossistemas, convertendo a sustentabilidade em oportunidades lucrativas. Ao mesmo tempo, asseguramos um legado positivo do agronegócio para o planeta e para as gerações futuras”, reforça Felipe.

Segundo o executivo, com a implementação de programas como este, e a criação de soluções inovadoras para a agricultura, a empresa colabora para que o setor assuma um papel ainda mais protagonista na proteção de biomas, gerando impactos positivos para o meio ambiente, promovendo a saúde dos solos, restaurando a biodiversidade e preservando habitats.

Como foi a primeira (mega) entrega da soja com carga de carbono mensurada

Em 2023, o piloto do PRO Carbono Commodities entregou e a primeira carga de soja com pegada de carbono mensurada e livre de desmatamento ao mercado em parceria com o trader global ADM.

A safra inicial abrangeu a produção de soja de 10 agricultores e empresas agrícolas brasileiras de cinco municípios abrangendo os biomas do Cerrado e da Amazônia. As regiões têm importância estratégica para o agronegócio:

Representam uma área total de 157 mil hectares (isso equivale a quase 2 milhões de campos de futebol!). Nessa área, são mais de 95 mil hectares de floresta protegida e 60 mil hectares (pouco mais de 8.400 campos de futebol) com pegada de carbono da soja medida por meio de dados primários.

Para participar, todos os agricultores e áreas que fazem parte do programa passaram por análises para garantir a conformidade socioambiental, a presença de reservas legais e áreas livres de desmatamento nos últimos 10 anos. Adicionalmente, se comprometeram a não desmatar e a conservar o excedente de vegetação nativa em suas propriedades.

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