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Contexto desafiador e consolidação moldam cenário global de investimentos em foodtech com foco na inovação alimentar

O futuro da alimentação está sendo redesenhado por tecnologias emergentes, sustentabilidade e pressões demográficas, segundo o relatório “Trends Shaping the Future of Food – 2025 Edition”, do DigitalFoodLab.

Enquanto investimentos globais em AgriFoodTech enfrentam retração, o Brasil se destaca: o Radar Agtech Brasil 2024 revela crescimento de 12% no número de startups do agro em 2023, com foco em bioinsumos e rastreabilidade.

Para Matthieu Vincent, cofundador da consultoria, “períodos de consolidação são quando nascem as próximas startups revolucionárias”.

Sustentabilidade e resiliência lideram as megatendências globais

O estudo lista seis megatendências que moldarão o setor até 2025: 

  • ingredientes sustentáveis
  • agricultura resiliente
  • alimento como medicina
  • varejo digital
  • cadeia logística inteligente
  • automação alimentar

A transição para modelos de produção de baixo carbono e maior eficiência operacional são centrais. No Brasil, 30% das Agtechs já estão em fase de scale-up, impulsionadas por soluções de agricultura regenerativa e gestão de recursos, conforme o Radar Agtech.

“A revolução alimentar exige combinar tecnologias maduras, como IA, com práticas sustentáveis. Startups estão liderando, mas gigantes do agro serão essenciais para escalar”, afirma Vincent.

Ingredientes sustentáveis: Brasil pode liderar em bioinsumos e proteínas vegetais

O relatório destaca proteínas alternativasfermentação de precisão e cultivo celular de plantas como tendências-chave. Enquanto startups globais buscam reduzir custos de produção, o Brasil avança em bioinsumos: o país já concentra 25% das Agtechs latino-americanas, com investimentos em fertilizantes biológicos e controle natural de pragas.

O Radar Agtech aponta que 40% das startups brasileiras devem captar recursos até 2025, muitas focadas em redução de emissões.

Automação e IA ganham espaço em meio a desafios de escalabilidade

robótica agrícola e restaurantes fantasma (dark kitchens) estão entre as apostas do DigitalFoodLab, mas enfrentam entraves regulatórios e altos custos. No Brasil, o Radar Agtech aponta que as soluções de agricultura de precisão e marketplaces B2B para insumos agrícolas (como a brasileira Agrosmart) ganham tração.

“A escassez de mão de obra acelerará a adoção de automação, especialmente em países com agricultura em larga escala”, analisa o relatório.

Cenário brasileiro: crescimento contrastante com retração global

Enquanto o ecossistema global de FoodTech enfrenta queda de 25% em investimentos iniciais, o Radar Agtech Brasil 2024 mostra que 58% das startups nacionais focam em sustentabilidade. Exemplos incluem plataformas de créditos de carbono para agricultura regenerativa e ferramentas de rastreabilidade para exportação.

“O Brasil tem potencial único: combina escala produtiva com biodiversidade, atraindo investimentos em bioeconomia”, diz trecho do estudo.

Queda de investimentos iniciais reflete contexto global complexo

Enquanto Europa e EUA enfrentam declínio, o Brasil apresenta sinais contrastantes, com crescimento de 12% no número de Agtechs em 2023, conforme o relatório Radar Agtech Brasil.

Os dados do DigitalFoodLab revelam que, além da redução de capital, há menos startups captando recursos. Matthieu Vincent aponta três fatores: riscos contextuais (como inflação e tensões geopolíticas), desafios estruturais do VC (como a falta de exits bem-sucedidos) e diminuição no número de empreendedores dispostos a apostar no setor.

“Valuations inflacionadas pós-COVID tornaram muitas startups ‘invendáveis’ hoje. Investir em tecnologias complexas, como biotecnologias, e esperar um exit em 5 a 7 anos é irracional. Precisamos de prazos mais realistas e apoio governamental”, destaca Vincent.

Otimismo estratégico guia futuro da FoodTech

Apesar dos desafios, Vincent reforça que a necessidade de transformar o sistema alimentar impulsionará investimentos no médio prazo.

“Inovações em proteínas alternativas, ingredientes saudáveis e materiais sustentáveis estão amadurecendo. Apoiar isso é fundamental para líderes do setor. Mesmo com menos recursos, a qualidade das startups aumentou. Muitos projetos inviáveis de 2021-2022 deram lugar a soluções realistas”, analisa.

Para o Brasil, a combinação entre demanda por sustentabilidade e avanço tecnológico no agro abre oportunidades únicas. O Radar Agtech projeta que 40% das startups locais devem captar recursos até 2025, com foco em redução de emissões e eficiência produtiva.

“A consolidação global pode beneficiar ecossistemas emergentes, como o brasileiro, que alia escala agrícola a inovação”, finaliza Vincent.

Confira o relatório na íntegra:

Future-of-Food-FoodTech-trends-in-2025-by-DigitalFoodLab
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