Painel durante o evento Expo ESG abordou a importância e os desafios da implementação de práticas sustentáveis no setor agropecuário.

O painel “Agronegócio: Desafios da Agenda ESG”, ocorrido em 02 de agosto no evento Expo ESG, em Piracicaba, SP, mostrou que, apesar dos desafios, há um movimento significativo em direção a práticas mais sustentáveis no agronegócio.
A combinação de esforços de grandes corporações, cooperativas e pequenos produtores está criando um caminho promissor para um futuro onde a produção de alimentos é equilibrada com a preservação do meio ambiente e o bem-estar social.
A sessão contou com a participação de Claudio Antonio Pinheiro Machado Filho, Gustavo Loiola, Aline Vick e Carolina Graça, cada um trazendo suas perspectivas e experiências para a discussão.
Contextualização do Agronegócio no ESG
Claudio, engenheiro agrônomo, iniciou o debate destacando como o agronegócio está intrinsecamente ligado às questões ambientais e sociais. Ele explicou que o setor vai além das atividades rurais, envolvendo cadeias produtivas complexas que abrangem desde a produção de insumos até a distribuição final nos supermercados.
O papel das cooperativas e pequenos produtores
Gustavo Loiola, especialista em objetivos sustentáveis no United Nations Global Compact, enfatizou a importância das cooperativas na implementação de práticas ESG, especialmente para pequenos e médios produtores.
Ele destacou como a população crescente exige um aumento na produção de alimentos, mas sem comprometer os recursos finitos do planeta. “Como coordenador acadêmico do programa ESG+Coop, tenho visto grandes cooperativas se adaptando a essas práticas, motivadas por mudanças climáticas, pressão regulatória e acesso a recursos financeiros”, publicou Gustavo sobre o evento em seu perfil do LinkedIn.
Iniciativas como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, reuso de água, agricultura de precisão e energia verde mostram que estamos no caminho certo. Mas é fundamental garantir apoio e recursos para uma transição justa e responsável.
Gustavo destacou a importância das práticas de ESG para facilitar o acesso ao crédito rural. As instituições de crédito hoje demandam diversos documentos que exigem comprovação de que as propriedades estão cumprindo com as conformidades de uso da terra e de criação de animais para concederem os créditos.
Perspectiva das grandes corporações

Carolina Graça, head de sustentabilidade da Bayer Crop Science Latam, compartilhou a visão de uma grande corporação global sobre a importância da agricultura regenerativa.
Ela detalhou os compromissos da Bayer em reduzir emissões de gases de efeito estufa, minimizar impactos ambientais e aumentar a eficiência hídrica. Carolina destacou que essas metas não são limitadas às operações internas da empresa, mas abrangem toda a cadeia produtiva.
A empresa consegue ter visão global das melhores práticas e das particularidades de cada região. As experiências podem ser aproveitadas em todos os países no mundo.
Implementação prática no campo

Aline Vick, economista e administradora da Fazenda Estância em Pirassununga, São Paulo, trouxe um exemplo prático de como a agricultura regenerativa pode ser aplicada com sucesso.
Ela descreveu as práticas de agricultura regenerativa adotadas em sua fazenda, como rotação de culturas, plantio direto e uso de insumos biológicos, que não só melhoram a saúde do solo, mas também tornam a produção mais resiliente às mudanças climáticas.
Ela destacou que consegue apurar resultados econômicos positivos ao longo dos anos, além de poder projetar o crescimento da produtividade, mesmo considerando as variáveis climáticas.
Desafios e oportunidades do ESG para o agronegócio
Os palestrantes concordaram que a transição para práticas sustentáveis é um processo gradual e que envolve tanto a adaptação às regulamentações quanto a mudança cultural entre os produtores.
Claudio enfatizou que, além do cumprimento legal, há uma crescente convicção entre os produtores sobre a importância das práticas ESG, influenciando positivamente toda a cadeia produtiva.
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