Projeto promove educação ambiental e conservação de polinizadores em seis estados brasileiros
A ADM, multinacional do agronegócio, e a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) lançaram o projeto “Educação Ambiental e Abelhas Nativas da Mata Atlântica”, iniciativa que visa combater o declínio das populações de abelhas sem ferrão, essenciais para a polinização de cultivos como maracujá, açaí e castanha-do-brasil.
Com investimento do programa socioambiental ADM Cares, a ação será implementada em seis estados (BA, CE, GO, RN, SC e SP) e inclui capacitação de comunidades, criação de meliponários educativos e campanhas de conscientização sobre a importância desses polinizadores para a segurança alimentar e o equilíbrio ecológico.
Meliponários e cursos fortalecem engajamento comunitário
O projeto prevê a instalação de meliponários – estruturas para criação sustentável de abelhas nativas – em postos avançados da RBMA, selecionados por sua conexão com turismo, escolas e comunidades locais. Esses espaços servirão como centros de aprendizado prático, onde agricultores, estudantes e visitantes poderão conhecer técnicas de meliponicultura e seu impacto na produtividade agrícola.
“Queremos mobilizar a sociedade para a conservação das abelhas, unindo conhecimento tradicional e inovação”, afirma Caroline Hoth, especialista em Sustentabilidade da ADM para a América Latina.
As formações, oferecidas virtual e presencialmente a partir de maio, durante a Semana da Mata Atlântica, incluirão temas como manejo sustentável, empreendedorismo e a relação entre polinizadores e cultivos estratégicos.
Impacto econômico e ecológico
Dados do relatório da BPBES e REBIPP revelam que culturas dependentes de polinização movimentaram R$ 43 bilhões em 2018, com destaque para soja, café e laranja. No entanto, o uso de pesticidas e o desmatamento ameaçam esses serviços ecossistêmicos.
“A polinização é um pilar tanto para a biodiversidade quanto para a agricultura. Protegê-la é garantir o futuro do setor”, reforça Hoth.
Abelhas sem ferrão: aliadas da biodiversidade
O Brasil abriga mais de 300 espécies de abelhas sociais sem ferrão, responsáveis por 80% da polinização de plantas nativas. O projeto busca reverter o cenário de declínio populacional, agravado pelas mudanças climáticas, ao integrar comunidades na preservação desses insetos.
“Pequenas em tamanho, imensas em importância! As abelhas melíponas são a alma silenciosa da Mata Atlântica, tecendo, em cada voo, os fios invisíveis que sustentam a vida. São guardiãs da biodiversidade, garantindo flores, frutos e o equilíbrio dos ecossistemas e promovendo a restauração. Ao protegê-las, não cuidamos apenas da floresta, mas também das histórias, dos saberes e das comunidades que dela dependem. Defender as abelhas é um compromisso com o futuro, com a abundância e com a harmonia da natureza, comenta Mary Sorage, presidente do Conselho Nacional da RBMA.