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Estudo atualiza ideias tradicionais quanto a conservação e restauração considerando não apenas o número de espécies encontradas em uma região, mas também aquelas ausentes por fatores naturais e antrópicos

Um estudo global sobre biodiversidade que contou com a participação da Unesp, realizado por mais de 200 pesquisadores e publicado na revista científica Nature, revela que muitas espécies vegetais nativas estão ausentes dos ecossistemas onde poderiam prosperar, principalmente em áreas fortemente impactadas pelas atividades humanas.

A pesquisa, intitulada Global impoverishment of natural vegetation revealed by dark diversity, utiliza o conceito inovador de “diversidade escondida” (dark diversity), criado pelo professor Meelis Pärtel, da Universidade de Tartu, na Estônia. Este conceito refere-se às espécies que estão ausentes de uma determinada área, mas que potencialmente poderiam estar presentes, considerando sua ocorrência em regiões próximas.

A diversidade escondida permite uma análise mais precisa sobre o impacto humano na vegetação. Segundo a professora Alessandra Fidelis, da Unesp, uma das colaboradoras do estudo, “é como se fosse a diversidade que está faltando. É o conjunto de espécies que estão nas proximidades, e que poderiam estar presentes no local do estudo, mas não estão”.

A equipe de pesquisadores analisou 5.500 locais em 119 regiões diferentes ao redor do planeta, constatando que áreas fortemente antropizadas possuem menos de 20% das espécies vegetais potencialmente adequadas ao local. Já regiões com pouca interferência humana geralmente apresentam mais de 35% das espécies esperadas.

Perda de biodiversidade causada por ações humanas é maior do que se pensava

“A ausência dessas espécies pode se dever a diversos motivos, indo dos mais simples – como o fato de as sementes simplesmente não terem chegado naquele terreno – até outros complexos, associados aos impactos causados por ações humanas”, detalha Fidelis.

No Brasil, o levantamento foi realizado por Fidelis e Mariana Dairel na Estação Ecológica e Experimental de Itirapina, interior de São Paulo. Durante um mês, as pesquisadoras catalogaram todas as espécies vegetais em 35 parcelas de 100m², tanto em áreas naturais quanto em áreas impactadas por invasão biológica.

“Nós somos ecólogos de vegetação, então esse é o nosso trabalho. Coletamos todas as espécies em cada parcela: desde capim até árvores”, explica Fidelis.

O estudo utilizou o Índice de Pegada Ecológica para quantificar o impacto humano sobre os diferentes locais investigados. Esse índice já é amplamente reconhecido por sua eficácia em mensurar a interferência humana nos ecossistemas globais.

As descobertas do estudo indicam claramente que as estratégias tradicionais de conservação e restauração precisam ser atualizadas para incluir análises mais completas da biodiversidade potencial, destacando a importância da diversidade escondida como parâmetro fundamental para avaliação ecológica global.

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