Equipes farão estudos de campo para levantar quais espécies são mais adequadas para recuperação da vegetação do cerrado
A ADM, gigante global do setor agrícola, e o Parque Vida Cerrado estão reforçando sua parceria para promover a preservação do Cerrado, um dos biomas mais ricos e ameaçados do Brasil.
Com foco na restauração da vegetação nativa do Oeste da Bahia, a nova fase do projeto visa desenvolver um Guia de Flora, documento que irá catalogar espécies de plantas adequadas para iniciativas de reflorestamento na região. As atividades começaram em dezembro de 2024, e a publicação do guia está prevista para o final de 2025.
Restauração do Cerrado: um passo à frente
Fundado em 2006 pelo Grupo Galvani e mantido pelo Instituto Lina Galvani, o Parque Vida Cerrado é referência em conservação da biodiversidade e educação socioambiental no Oeste da Bahia. O centro promove iniciativas de preservação, reprodução de animais silvestres e restauração de áreas degradadas, envolvendo comunidades locais e instituições parceiras.
O projeto se destaca pela abordagem científica e colaborativa. Equipes de especialistas realizarão dez expedições de campo para coletar dados e registrar imagens das espécies identificadas como importantes para a recuperação da vegetação local. Até o momento, o Parque Vida Cerrado já mapeou 75 espécies que podem ser utilizadas em projetos de restauração.
Segundo Diego Di Martino, Diretor de Sustentabilidade da ADM para a América Latina, a parceria reforça o compromisso da empresa com práticas agrícolas sustentáveis. “Produção agrícola e sustentabilidade são inseparáveis. Nosso objetivo é fornecer informações confiáveis para apoiar a preservação e restauração do Cerrado, ampliando a conscientização ambiental na região”, afirmou.
Educação ambiental e engajamento local
Além do levantamento científico, o projeto inclui iniciativas de sensibilização junto às comunidades locais. Oficinas e visitas às fazendas têm como objetivo entender a percepção dos moradores sobre a conservação da fauna e flora. A parceria também prevê a realização de um workshop público, em colaboração com órgãos como o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), a Associação de Irrigantes da Bahia (AIBA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Gabrielle Rosa, coordenadora do Parque Vida Cerrado, destacou que a parceria tem gerado resultados positivos. “O aumento no número de chamados para resgatar animais silvestres demonstra a eficácia do trabalho de conscientização. A preservação do Cerrado é crucial tanto para a biodiversidade quanto para a cadeia agrícola, como reconhecido pela ONU”, explicou.
Monitoramento da fauna e coleta de dados
Como parte das ações de preservação, o Parque Vida Cerrado mantém um sistema de monitoramento de animais silvestres em cinco propriedades rurais da região. Utilizando 25 câmeras equipadas com sensores de movimento e infravermelho, os pesquisadores registram a presença de diversas espécies, auxiliando nos estudos sobre a interação entre a fauna e as práticas agrícolas.
Desde o início da parceria com a ADM, foram identificados 35 mamíferos em mais de 200 mil horas de monitoramento, incluindo o lobo-guará. Essa base de dados é fundamental para orientar ações de mitigação de riscos nas propriedades rurais.
Compromisso com a biodiversidade
O desenvolvimento do Guia de Flora é mais um marco da parceria entre a ADM e o Parque Vida Cerrado. O projeto busca fortalecer o compromisso com a preservação ambiental e estimular práticas agrícolas mais responsáveis.
“A conservação do Cerrado é vital para garantir a sustentabilidade da produção agrícola na região e para preservar um dos biomas mais importantes do Brasil. Queremos ser agentes de transformação, incentivando iniciativas que garantam um futuro mais sustentável”, finalizou Di Martino.
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