Roma foi palco hoje da cerimônia global que marcou o Dia Mundial da Alimentação 2024, com participantes destacando a necessidade de garantir o acesso universal a alimentos diversos, nutritivos, acessíveis e seguros. O evento acontece em meio a crescentes tensões globais, conflitos e choques climáticos, que agravam a situação de centenas de milhões de pessoas enfrentando a fome e bilhões incapazes de arcar com uma dieta saudável.
O Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), QU Dongyu, abriu o evento lembrando que “o alimento é um direito humano básico“. Ele ressaltou que o tema deste ano, “Direito aos Alimentos para uma Vida Melhor e um Futuro Melhor”, é um lembrete oportuno de que todos têm direito a uma alimentação adequada.
Dongyu convocou um compromisso renovado para construir sistemas agroalimentares mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis, capazes de alimentar o mundo.
O Diretor-Geral destacou a importância de apoiar pequenos agricultores, produtores familiares e pequenos empresários ao longo da cadeia de valor, fundamentais para tornar os alimentos nutritivos e diversificados acessíveis a todos, além de preservar culturas alimentares tradicionais.
Desafios globais e ações concretas
Durante o evento, o Rei Letsie III de Lesoto, Embaixador Especial da FAO para Nutrição, apresentou o progresso da União Africana no desenvolvimento de uma lei modelo de segurança alimentar e nutrição, inspirando Estados membros a adotarem legislações nacionais que garantam o direito à alimentação.
Em uma mensagem do Papa Francisco, lida durante a cerimônia, o pontífice lembrou da importância de ouvir as vozes dos pequenos agricultores e famílias diretamente envolvidas na produção de alimentos.
Já o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, em vídeo, enfatizou que “algo está muito errado em um mundo onde a fome e a desnutrição afetam bilhões de pessoas”. Ele destacou que um mundo sem fome é possível, mas os sistemas alimentares precisam de uma transformação massiva.
Sustentabilidade e inovação para a segurança alimentar, em destaque no Dia Mundial da Alimentação
Cindy McCain, Diretora Executiva do Programa Mundial de Alimentos (WFP), ressaltou a importância de ações antecipatórias e programas de alerta precoce para proteger comunidades dos impactos devastadores das mudanças climáticas. Ela também destacou a parceria com o setor privado para promover soluções tecnológicas comprovadas no combate à fome.
Por sua vez, Gérardine Mukeshimana, Vice-Presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD), pediu investimentos urgentes nos pequenos agricultores rurais, responsáveis pela produção de quase metade dos alimentos do mundo, mas que também sofrem com a fome e a pobreza.
Celebração e futuro
A celebração deste ano também contou com a assinatura de um memorando de entendimento com o Centro Internacional de Estudos para a Preservação e Restauração de Propriedades Culturais (ICCROM). Esse acordo apoia o próximo projeto da FAO, um Museu de Alimentos e Agricultura, a ser inaugurado em outubro de 2025, marcando o 80º aniversário da FAO.
Os eventos do Dia Mundial da Alimentação continuam no dia 17 de outubro com a Assembleia do Dia Mundial da Alimentação Júnior, que contará com convidados como o time de basquete Harlem Globetrotters, o chef Max Mariola, o ativista de moda sustentável Matteo Ward, e outros, engajando a juventude em atividades educativas.
Ações devem ser realizadas com urgência
O Dia Mundial da Alimentação 2024 reforça a urgência de ações coordenadas para combater a fome e transformar os sistemas agroalimentares globais. Grandes líderes e organizações apresentaram ao longo do dia diversas propostas e preocupações sobre a necessidade de ampliar os investimentos em agtech e foodtech, assim como na promoção do engajamento de jovens no processo produtivo de alimentos.
Os discursos tiveram foco na continuidade do trabalho em prol de um futuro onde todos tenham acesso a alimentos nutritivos e seguros, com iniciativas que vão desde a inovação tecnológica até o apoio aos pequenos agricultores.
A transformação desses sistemas será essencial para garantir que as futuras gerações herdem um planeta capaz de alimentar a todos de maneira justa e sustentável.
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