O Projeto Sustenta e Inova, desenvolvido em parceria entre a Embrapa e o Sebrae, tem gerado resultados expressivos na região do Marajó, no estado do Pará.
A iniciativa, que visa promover práticas agrícolas sustentáveis e inovadoras, foi uma das 12 experiências selecionadas pela União Europeia para compor a publicação “Activating agricultural transitions to sustainability through participatory research and co-innovation”, que destaca projetos de transição agrícola sustentável em 65 países.
Iniciativa DeSIRA e o Projeto Sustenta e Inova
O Projeto Sustenta e Inova faz parte da Iniciativa DeSIRA, um portfólio de 80 projetos de pesquisa e inovação (P&I) apoiado pela União Europeia, que destina 340 milhões de euros para promover a sustentabilidade agrícola em mais de 65 países. O projeto, que teve início em 2022 e segue até 2025, dá continuidade ao trabalho realizado pelo programa Bem Diverso, atuante na região desde 2016.
Dessa forma, o projeto busca fortalecer as comunidades ribeirinhas por meio da capacitação em diversas áreas, como o manejo sustentável de açaizais, produtos florestais não-madeireiros, meliponicultura, piscicultura e sistemas agroflorestais.
Além disso, a iniciativa também promove o uso de ferramentas digitais, organização social e o beneficiamento de produtos da sociobiodiversidade.
Resultados positivos do Projeto Sustenta e Inova
Então, o sucesso do projeto é atribuído a três fatores fundamentais: o engajamento das comunidades na adoção de novas habilidades, a participação ativa de mulheres e jovens, e a atuação em rede com instituições e parceiros técnicos locais.
O pesquisador da Embrapa, Anderson Sevilha, destaca que a inclusão socioprodutiva é capaz de gerar mudanças significativas quando as comunidades recebem a oportunidade de formação e desenvolvimento de suas capacidades.
O projeto também estabeleceu o centro de referência Manejaí, voltado para o manejo, conservação e restauração de agroecossistemas. Inicialmente implantado em Portel, o Manejaí foi replicado em outros três municípios do Marajó (Muaná, Salvaterra e Breves), formando 131 agentes facilitadores que atuam diretamente com as comunidades ribeirinhas na implementação de práticas sustentáveis.
Participação de grupos vulneráveis
Além disso, o projeto tem se destacado por incluir grupos vulneráveis, como mulheres e jovens, no processo de gestão e execução das atividades. As mulheres têm assumido posições de liderança em cooperativas e associações, enquanto os jovens têm se envolvido na execução e monitoramento das ações.
Esse movimento de inclusão também gerou a criação de uma cooperativa mirim, que tem o objetivo de consolidar o turismo ecológico científico no território do Marajó.
A importância da atuação institucional no Sustenta e Inova
A atuação coordenada entre instituições foi essencial para o sucesso do Projeto Sustenta e Inova. De acordo com Augusto Cesar Andrade, supervisor do Núcleo da Embrapa Amazônia Oriental, a colaboração entre os diferentes atores, cada um com suas habilidades e expertise, foi essencial para promover o desenvolvimento agroextrativista, a comercialização e a organização das comunidades.
Dessa forma, o projeto fortalece as cadeias produtivas locais, promove a transformação social e o desenvolvimento sustentável nas comunidades do Marajó, destacando a importância de bases de atuação e comprometimento em longo prazo para mudanças estruturais duradouras.
Leia também:
Primeira fazenda vertical interna do mundo’ produzirá 1,8 milhão de kg de frutas vermelhas por ano
Tendências do foodservice foram apresentadas no iFood Move 2024
Dia do vegetarianismo: movimento ganha cada vez mais espaço no Brasil
[…] Projeto Sustenta e Inova: impacto na sustentabilidade no Marajó […]