O agreste pernambucano tem se destacado como uma nova fronteira na produção de vinhos finos, graças a pesquisas inovadoras da Embrapa Semiárido, em parceria com a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape) e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA).
Seis variedades de uvas europeias foram recomendadas especificamente para essa região, comprovando a viabilidade da produção e a alta qualidade dos vinhos.
Pesquisa no agreste pernambucano impulsiona a produção vinícola
A pesquisa realizada no campo experimental do IPA, no município de Brejão (PE), testou o cultivo de dez variedades de uvas europeias em cinco ciclos de produção.
Dessa forma, foi possível identificar as cultivares mais adequadas para a região. Entre as uvas recomendadas para vinhos brancos estão Sauvignon Blanc, Muscat Blanc à Petits Grains e Viognier.
Já para vinhos tintos, Syrah, Cabernet Sauvignon e Malbec se destacaram pela produtividade e potencial enológico.
Qualidade dos vinhos produzidos no agreste pernambucano
Os vinhos produzidos a partir dessas uvas foram avaliados no Laboratório de Enologia da Embrapa Semiárido e atenderam às exigências da legislação brasileira para vinhos finos secos.
Além disso, análises sensoriais realizadas pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) confirmaram o potencial dos vinhos da região. Assim, o Agreste se posiciona como uma nova área de produção vinícola no Brasil, atraindo interesse para o enoturismo.
Empreendedorismo e expansão do enoturismo na região
A união entre pesquisa e empreendedorismo foi essencial para o desenvolvimento do polo vinícola no Agreste pernambucano. O empresário Michel Moreira Leite, proprietário da vinícola Vale das Colinas, foi um dos pioneiros na região, investindo em uvas viníferas como Cabernet Sauvignon e Malbec. Desde a primeira colheita em 2020, a produção tem crescido, com vinhos premiados e a ampliação das áreas cultivadas.
O crescimento da vitivinicultura no agreste pernambucano
A vinícola Vale das Colinas tornou-se um modelo de sucesso no agreste, com foco na produção artesanal e sustentável. Além disso, outras vinícolas como a Mello também começaram a investir na produção de uvas viníferas na região, ampliando ainda mais o potencial enoturístico.
Agora, cidades como Camocim de São Félix e Gravatá também estão desenvolvendo vinhedos, expandindo a produção vinícola no agreste e em outros estados do Nordeste.
Condições climáticas favoráveis à produção de vinhos
O agreste pernambucano possui condições climáticas ideais para a produção de vinhos finos, com altitudes de quase 900 metros e temperaturas médias anuais de 20,6 ºC. Essas características configuram uma transição entre as regiões vinícolas do Semiárido e as do Sul e Sudeste, permitindo o desenvolvimento de uma vitivinicultura de alta qualidade.
Com o sucesso das pesquisas da Embrapa e a crescente produção vinícola na região, o próximo passo é aprimorar o sistema produtivo no agreste pernambucano.
Sendo assim, novas pesquisas focam em técnicas de manejo, avaliação de cultivares e clones, e práticas para otimizar a colheita. O objetivo é fortalecer a competitividade da vitivinicultura no agreste e gerar mais empregos e renda para a região.
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