QU Dongyu, Diretor-Geral da FAO, reitera o compromisso em ampliar a bioeconomia da Amazônia sustentável na região e apoiar a colaboração entre continentes
A bioeconomia da Amazônia sustentável detém a chave para muitos desafios que enfrentamos hoje, incluindo a erradicação da pobreza, desigualdade, fome, desnutrição e a mitigação dos impactos da crise climática, perda de biodiversidade e degradação dos ecossistemas. No entanto, precisamos de liderança forte e políticas eficazes para aproveitar essas oportunidades, afirmou hoje o Diretor-Geral da FAO, QU Dongyu, em um evento especial organizado pelo governo do Brasil nos bastidores do Fórum Mundial de Alimentação (16-20 de outubro), na sede da FAO em Roma.
Os ecossistemas únicos da Amazônia desempenham um papel crítico na garantia do acesso à água, energia, segurança alimentar e dietas saudáveis para seus habitantes e para o planeta, juntamente com muitos outros benefícios para o clima e a natureza, disse o Diretor-Geral, expressando preocupação com inúmeras ameaças que afetam esses recursos preciosos.
Atualmente, a bioeconomia da Amazônia está sendo afetada pelo fenômeno El Niño e pelas mudanças climáticas induzidas pelo homem. A seca sem precedentes secou rios, causando sérios danos aos ecossistemas e à vida e meios de subsistência de centenas de milhares de pessoas. Além disso, a rápida expansão da agricultura e das indústrias extrativistas, desenvolvimento de infraestrutura, mudança no uso da terra e urbanização também esgotaram os recursos naturais da Amazônia.
Região pode atrair grandes investimentos internacionais
O potencial de perda de florestas na Amazônia entre 2015 e 2030 é o mais alto do mundo. O Banco Interamericano de Desenvolvimento prevê possíveis perdas econômicas acumuladas de US$ 230 bilhões para os países amazônicos se esse potencial se tornar realidade. Ao mesmo tempo, Qu destacou algumas tendências positivas, como a redução das taxas de desmatamento em quase metade nos primeiros oito meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2022.
De acordo com o Diretor-Geral, essas tendências podem ser ampliadas e as perdas podem ser evitadas ao aproveitar o imenso potencial da bioeconomia sustentável e maior colaboração entre continentes nessa área. O Diretor-Geral enfatizou que a FAO foi a primeira agência das Nações Unidas a elevar a bioeconomia ao nível de uma prioridade estratégica.
Os membros da FAO endossaram a “Bioeconomia para Alimentação e Agricultura Sustentável” como uma Área de Programa Prioritária no Quadro Estratégico da FAO 2022-31. “A FAO fez isso porque a bioeconomia oferece muitas oportunidades para tornar os sistemas agroalimentares mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis”, disse ele. Acrescentou que a bioeconomia também oferece oportunidades para criar valor econômico, empregos e bem-estar social por meio de inovações tecnológicas, organizacionais e sociais, bem como para promover o consumo e produção responsáveis, melhorar a gestão de recursos naturais e reduzir o desperdício.
Por exemplo, o uso de biofertilizantes, biopesticidas e bioremediação e a promoção de cadeias de valor que produzem mais com menos e transformam resíduos em subprodutos valiosos. Estes produtos podem reduzir significativamente a pressão sobre os ecossistemas.
Castanhas e açaí são bases para a economia local
Falando sobre os primeiros sinais da bioeconomia da Amazônia, ele citou como exemplo a colheita sustentável e o processamento de produtos florestais não madeireiros, como o açaí ou castanhas, que oferecem oportunidades de emprego e renda. “Para levar a bioeconomia à escala, devemos reunir uma ampla gama de vozes e atores”, enfatizou Qu.
Aproximadamente 45% das florestas intactas da Amazônia estão localizadas em territórios indígenas, disse ele, portanto, devemos colocar os Povos Indígenas à frente dos esforços para garantir que ninguém seja deixado para trás.
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