Teste online publicado por IDRlabs ganhou escala nas redes sociais ao identificar a tolerância das pessoas a comidas e hábitos alimentares e de higiene
As redes sociais vivem recheadas de testes dos mais diversos. As pessoas adoram o desafio de responder algumas perguntas para obterem os mais diversos resultados para compartilharem em seus perfis pessoais. Temas profissionais, de relacionamento, astrais. Tem de tudo, até sobre nível de nojo de alimentos.
Você come carne crua, bovina ou de peixe? Queijos maturados, azuis? Comeria insetos? Compartilha seu copo de bebida com alguém? Estas são algumas das 32 questões que a IDRLabs soltou no Food Disgust Test, pesquisa online para as pessoas poderem avaliar o grau de nojo de alimentos (ou tolerâncias) e práticas de higiene em seu manuseio e consumo.
Não foi preciso muito esforço para que milhares de pessoas realizassem o teste e saíssem publicando suas pontuações e gráficos nas redes sociais, com as avaliações sobre oito gatilhos principais de grupos que promovem o nojo de alimentos: vegetais, contaminação por insetos, carne animal, higiene, contaminantes humanos, mofo, frutas e peixes. Os comentários de quem faz o teste e os publica são bem rasos na maioria das vezes, aparentemente o fazem mais por diversão do que para se ter alguma base científica.
Teste de nojo de alimentos serve para avaliar questões psicológicas
Consta que o teste foi elaborado com base em estudos de dois acadêmicos, Christina Hartmann e Michael Siegrist, da Technical University of Zurich, com o objetivo de avaliar as questões psicológicas sobre o consumo de alimentos. O que poderia ser bem interessante como fonte de estudo para a adoção de práticas que possam reduzir a perda de alimentos, acabou sendo muito mais uma nova diversão: diversas questões são bem generalistas e não têm como refletir os hábitos de consumo e de manipulação de alimentos no mundo.
O grande problema da pesquisa é a generalização em algumas questões. Se a pessoa admite que come carne bovina crua (kibe cru, beef tartar alemão), ou ainda peixe cru em um restaurante oriental, já gera uma alteração no percentual. Comer insetos tais como grilos criados em cativeiros, queijos com fungos, azuis, igualmente. A pesquisa também não considera restrições de dietas alimentares em perguntas sobre queijos e laticínios (quem tem intolerância a lactose, por exemplo), ou ainda opções para alguns dos vegetais, frutas e legumes das questões que podem ser cozidos ao invés de serem consumidos crus por já estarem mais maduros.
O teste, na teoria, poderia abordar questões sensoriais ou eventuais ansiedades das pessoas. Já a versão online indica que, embora seja baseado em um Teste de Sensibilidade Alimentar usado clinicamente, serve para fins educacionais e de entretenimento. Menos mal.
Fiz o teste e o resultado é que minha taxa de nojo de alimentos é baixa = 35%. Sou tolerante.
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