laranja em caçamba de caminhão após colheita
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Mudanças climáticas e doenças são apontadas como principais ameaças ao mercado global de laranja.

A produção de suco de laranja enfrenta uma crise sem precedentes no Brasil e no mundo, com a safra de 2024/25 em São Paulo estimada em 232,4 milhões de caixas (40,8 kg). Isso representa uma queda de 24% em relação ao ciclo anterior.

Esta é a menor safra registrada no estado em 35 anos, o que resultará na menor produção de suco de laranja em pelo menos três décadas, conforme indicadores do Rabobank. O principal fator para essa redução é a combinação de clima seco e quente, intensificado pelo fenômeno climático El Niño, e o agravamento da doença do greening no cinturão citrícola paulista.

A consequência direta dessa quebra de safra é a expectativa de manutenção dos preços globais do suco de laranja em níveis recordes. Desde maio de 2024, o mercado de futuros em Nova Iorque tem operado acima de US$ 4 por libra-peso (lp), com picos de até US$ 5/lp. Além disso, os estoques internacionais, que já estão nos menores níveis da história, não devem se recuperar tão cedo.

No Brasil, os estoques de passagem da safra 2022/23 fecharam em apenas 85 mil toneladas, o menor patamar já registrado.

Produção de laranja – São Paulo e Triângulo Mineiro

Mercado global atingido pela escassez de oferta

A produção global de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) também enfrenta desafios. A produção estimada para o ciclo 2024/25 é de cerca de 1,1 milhão de toneladas, o que representa uma queda de 18% em relação ao ciclo anterior. Apesar de pequenas recuperações de produção na Flórida e no México, o impacto das condições adversas no Brasil não será compensado.

A demanda global por suco de laranja continua a cair, com uma redução de cerca de 15% prevista para 2024, especialmente para sucos reconstituídos feitos com FCOJ, enquanto os sucos integrais não concentrados (NFC) mostram maior estabilidade. As mudanças nos hábitos de consumo, os altos preços do suco e a concorrência com outras bebidas estão entre os fatores que pressionam a demanda.

Analista prevê escassez de oferta

Balanço oferta / demanda mercado global

Segundo o especialista Andrés Padilla, do Rabobank, a queda na produção brasileira e os problemas climáticos, combinados com o avanço da doença do greening, criam um cenário de alta volatilidade no mercado.

“Com estoques globais em mínimas históricas e uma demanda que, embora em queda, ainda permanece significativa, é pouco provável que vejamos um alívio nos preços no curto prazo. O mercado global de suco de laranja continua operando em condições extremas de escassez de oferta”, afirma Padilla.

Para os próximos meses, a expectativa é que os preços internacionais do suco de laranja continuem altos, com impactos significativos para os consumidores nos principais mercados, como Europa e América do Norte. Mesmo com a redução na demanda, o desequilíbrio entre oferta e consumo deve manter o mercado pressionado.

Este cenário cria desafios tanto para os produtores quanto para os consumidores de suco de laranja, exigindo estratégias de mitigação dos impactos econômicos e climáticos nos próximos anos.

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