Iniciativa Rotas do Café une história, economia e cultura para transformar o estado em um polo global de turismo gastronômico
O Governo de São Paulo acaba de lançar o projeto “Rotas do Café de SP”, uma iniciativa que une história, economia e cultura para transformar o estado em um polo global de turismo gastronômico ligado ao café.
Com cinco rotas estratégicas, 57 atrativos em 25 municípios e experiências que vão de fazendas históricas a cafeterias premiadas, o plano busca revitalizar regiões que foram berço da tradição cafeeira paulista, ao mesmo tempo em que impulsiona empregos, renda e a cadeia produtiva do grão.
Rotas do Café de SP: Conheça os circuitos que resgatam a história do grão
As rotas incluem destinos como a Rota Cuesta, que passa por Brotas e Dourado, e a Rota Circuito das Águas Paulista, com paradas em Serra Negra e Amparo. Já a Rota Mogiana Paulista resgata a influência ferroviária em cidades como Franca, enquanto a Rota Alta Paulista conecta Marília e Garça, regiões que já foram epicentros do café no interior. O projeto também destaca vivências únicas, como o Museu do Café de Santos e fazendas centenárias abertas à visitação.
“Celebrar as Rotas do Café é resgatar a história de São Paulo. O estado se desenvolveu junto com os trilhos que levavam o grão ao Porto de Santos, e agora queremos mostrar que temos o melhor café do Brasil”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas durante o lançamento no Palácio dos Bandeirantes.
A iniciativa não se limita ao turismo: integra produtores, cooperativas e indústrias, com metas claras de gerar R$ 500 milhões em investimentos privados e beneficiar 20 mil agricultores por meio do Programa Estadual de Incentivo ao Cultivo de Coffea Canephora. Esta variedade, adaptada a climas quentes e 60% mais produtiva que o arábica, é aposta para reconquistar mercados e aumentar a resiliência hídrica das lavouras.
“A canephora é uma revolução. Queremos resgatar a economia cafeeira em regiões que foram esquecidas, como o noroeste paulista, com tecnologia e sustentabilidade”, explicou Edson Fernandes, secretário Executivo de Agricultura.
Impacto econômico e números que impressionam
Em 2024, o café contribuiu com R$ 5 bilhões para o Valor da Produção Agropecuária (VPA) de São Paulo, consolidando-se como o sétimo produto mais relevante do agronegócio estadual. O estado é o terceiro maior produtor de arábica do Brasil e o oitavo do mundo, com 307,2 mil toneladas colhidas em 2023. Na capital, consome-se 25 milhões de xícaras por dia, enquanto o interior vê crescer cafeterias especializadas – 300 novas unidades surgiram desde 2022, segundo a Abic.
“As Rotas do Café valorizam a identidade dos territórios e geram oportunidades reais. São Paulo já concentra 40% das torrefações do país, e queremos ser ainda mais estratégicos”, destacou Roberto de Lucena, secretário de Turismo.
O projeto também inclui a exposição “O Feminino no Café: 1870-1930”, em cartaz no Palácio dos Bandeirantes até 23 de abril, que homenageia mulheres pioneiras na cadeia produtiva. Paralelamente, o Programa SP Produz fortalece cadeias locais em cidades como Divinolândia e Caconde, onde o café movimenta empregos e comércio.
Para o futuro, a meta é claro: reposicionar São Paulo não apenas como produtor, mas como destino turístico completo, onde história, gastronomia e inovação se misturam. “Quem visita nossas rotas descobre que o café paulista é uma experiência”, concluiu Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico.