As redes sociais estão transformando os mercados de alimentos e bebidas em todo o mundo. É um processo praticamente irreversível: moldam tendências, impulsionam a inovação de produtos, aumentam o engajamento da marca, facilitam o turismo gastronômico, aceleram o comércio eletrônico. E, em alguns casos, promovem padrões de consumo mais saudáveis.
Pesquisa recente realizada por EIT Food Consumer Observatory divulgada pelo FoodNavigator mapeou 19.642 consumidores em 18 países europeus. O resultado não foi dos melhores: a confiança dos consumidores na indústria de alimentos está diminuindo, com apenas 53% acreditando que seus alimentos são seguros e 36% considerando-os sustentáveis.
As principais questões incluem preocupações com sustentabilidade e saúde, com apenas 44% confiando que sua alimentação é saudável. Os agricultores são o grupo mais confiável no setor, enquanto os fabricantes de alimentos e as autoridades são os menos confiáveis. Para recuperar a confiança, o estudo indica que o setor precisa melhorar a transparência, a comunicação e as práticas sustentáveis.
Esse dado sobre a confiança nos agricultores na Europa diverge um tanto do que vemos no Brasil. Os agricultores por aqui são continuamente criticados por conta de uso indiscriminado de defensivos agrícolas e desmatamento, fatos muitas vezes generalizados e que não representam toda a realidade.
A pesquisa indica ainda que os varejistas são o segundo grupo mais confiável, seguido pelos restaurantes e serviços de alimentação. A indústria de alimentos ficou no final da fila, com apenas 27% dos consumidores não dando qualquer crédito ao setor.
Como reverter essa má impressão, impulsionar tendências e influenciar o consumo?
A comunicação está no centro das iniciativas para melhorar a percepção pública sobre as iniciativas das indústrias de alimentos e bebidas. Clareza no que realizam e alinhamento com os interesses públicos são relevantes neste processo.
De acordo com estudo da Universidade de Connecticut, as empresas de alimentos, bebidas e restaurantes investiram perto de 14 bilhões de dólares por ano em publicidade nos Estados Unidos. O site Statista de inteligência de negócios indica que a indústria europeia investiu mais de 148 bilhões de dólares em 2024. No Brasil, a indústria de alimentos investiu cerca de 10 bilhões de dólares, e as de bebidas, liderada por Ambev e Coca-Cola, supera centenas de milhões de dólares em esforços de marketing.
As novas regras de rotulagem de alimentos no Brasil, em vigor desde outubro 2023, é um esforço para que os consumidores possam ficar mais bem informados sobre o que consomem. As indústrias são obrigadas a informar com mais clareza os ingredientes e destacar os que são potencialmente nocivos à saúde.
O impulso positivo para melhorar a percepção pública que chega dos influenciadores nas redes sociais
Plataformas de mídia social como Instagram, TikTok e Facebook estão moldando as tendências de alimentos e bebidas ao expor os usuários a novos sabores, experiências gastronômicas únicas e produtos visualmente atraentes. Influenciadores nessas plataformas têm um impacto significativo nas preferências dos consumidores, especialmente entre os públicos mais jovens, como a geração Z.
Pesquisa da Opinion Box sobre o uso de TikTok no Brasil indica que a rede está em franco crescimento com a chegada de novos usuários e maior frequência de uso do aplicativo. Cerca de 40% dos entrevistados entraram na rede no último ano, e boa parte dos usuários estima que dedicará mais tempo à rede.
Entre os assuntos mais preferidos, Gastronomia / Receitas está na 5ª posição na lista, com 36% de seguidores.
Algumas das vantagens que estão sendo promovidas pelas redes sociais
Facilitando a Inovação de Produtos: A necessidade de criar produtos alimentícios e bebidas “Instagramáveis” e “dignos de TikTok” está levando as marcas a inovar com cores, formas e texturas para tornar suas ofertas mais visualmente atraentes e compartilháveis nas redes sociais. Isso tem levado ao desenvolvimento de sabores únicos e experiências de produtos diferenciadas.
Melhorando a Conscientização e o Engajamento da Marca: Marcas de alimentos e bebidas estão aproveitando as redes sociais para aumentar a conscientização sobre a marca, impulsionar conversões e conquistar novos clientes por meio de publicidade direcionada, conteúdo envolvente e comunicação bidirecional com os consumidores. Avaliações positivas e conteúdo gerado pelos usuários também ajudam a melhorar a reputação online.
Facilitando o Turismo Gastronômico: As redes sociais possibilitaram o turismo gastronômico, onde as pessoas viajam para experimentar pratos e sabores únicos que descobriram online, expandindo o alcance das cozinhas locais e regionais.
Acelerando o Crescimento do Comércio Eletrônico: A integração das redes sociais com plataformas de comércio eletrônico facilitou para os consumidores a descoberta, pesquisa e compra de produtos alimentícios e bebidas diretamente, impulsionando o crescimento do mercado de comércio eletrônico de alimentos e bebidas.
Promovendo Escolhas Mais Saudáveis: Embora as redes sociais também possam expor os usuários a tendências alimentares não saudáveis, alguns influenciadores e marcas estão utilizando suas plataformas para incentivar hábitos alimentares mais saudáveis e mostrar ingredientes naturais e de alta qualidade.
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