homem segura terra com plantas
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Nova edição da pesquisa aponta que o número de empresas startups no setor cresceu 14,7% comparando com 2022

O Radar Agtech Brasil 2023, lançado no dia 4 de dezembro, teve como grande novidade este ano o crescimento significativo de startups na Região Norte do país. De 26 empresas, em 2022, o número mais do que quadruplicou, passando para 116 em 2023. Esse mapeamento anual das startups do agro brasileiro, também conhecidas por agtechs ou agritechs, foi desenvolvido em conjunto entre a Embrapa, a SP Ventures e a Homo Ludens, e já é referência por oferecer informações atualizadas sobre perfil, segmento, área de atuação e localização dessas empresas no Brasil.

A pesquisa já é reconhecida por identificar ambientes de inovação e o cenário de investimento para esse setor, possibilitando a conexão de agtechs a variados ecossistemas, em níveis nacional e internacional. Entre 2022 e 2023, houve um crescimento de 14,7% das startups que atuam no agro no País, de 1.703 para 1.953. A maior parte das agtechs mapeadas se encontra nas regiões Sudeste (56,9%) e Sul (26%).

Entre as cidades com maior número de startups do agro, as dez primeiras colocações contêm municípios das regiões Sudeste e Sul, sendo sete deles do Sudeste, dos quais cinco do estado de São Paulo. Vale destacar a cidade de Curitiba, no Paraná, que assumiu a segunda colocação, abaixo apenas de São Paulo capital, com um número muito superior às demais. Se ampliarmos o recorte para os 20 primeiros no ranking, conseguimos visualizar cidades do Centro-Oeste, Goiânia (GO) e Brasília (DF), bem como da região Norte do Brasil, como Manaus (AM) e Belém (PA).

Sustentabilidade pauta crescimento das agtechs

A sustentabilidade foi um dos temas que mais pautou o crescimento das startups do agro em 2023:

  • Na categoria “Biodiversidade da sustentabilidade”, o crescimento foi de 124,30% (de 37 para 83);
  • Em “Bioenergia e energia renovável”, de 34,60% (de 26 para 35);
  • Segurança e rastreabilidade de alimentos, de 56,62% (de 13 para 21);
  • “Controle Biológico e Manejo Integrado de Pragas”, de 30,56% (de 36 para 45) e
  • “Sistemas de embalagem, meio ambiente e reciclagem”, de 12,50% (24 para 27)

Esses dados totalizam um aumento de 55,15% em relação ao ano passado no número de startups com tecnologias sustentáveis contidas nessas categorias mencionadas. “É uma comprovação do protagonismo do tema no contexto da agropecuária atual”, reforça o analista.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destaca a importância da movimentação das agtechs paras as regiões Norte e Nordeste do País. Segundo ela, esse crescimento está muito relacionado à questão da sustentabilidade não só do ponto de vista econômico, mas ambiental e social. “O documento mostra que esse apelo está se refletindo também nas empresas privadas, corroborando a integração de todos os setores na definição de números e métricas que comprovem a sustentabilidade da agropecuária brasileira”, reforça.

Outro dado ressaltado por ela é o aumento das startups dentro da fazenda em relaçao a 2022. Isso mostra que, cada vez mais, os produtores de todos os portes, especialmente os pequenos e médios, estão percebendo a importância da inovação e da tecnologia em suas propriedades. Estes, contribuem para um ecossistema cada vez integrado.

Pesquisa, inovação e diversidade em alta nas agtechs

“O Radar Agtech tem comprovado que as startups estão dando continuidade às ações de pesquisa e inovação iniciadas pelas instituições de pesquisa e ensino, levando as tecnologias  para dentro da fazenda e também para o mercado. Para nós, essa interação com o setor privado é muito importante para a geração de inovação em prol do agro do País”, enfatiza a presidente,

Outra dimensão importante é o crescimento da participação de mulheres no agro brasileiro. De acordo com ela, a agricultura é um ambiente predominantemente masculino, mas as mulheres já participam de forma contundente há anos. “Levantamentos, como o do Radar Agtech, tiram essas mulheres da invisibilidade”, comenta.

Na visão de Massruhá, o Radar aponta como um dos principais desafios a integração entre todos os setores, incluindo pesquisa, empresas privadas, startups e investidores, para fortalecer a inovação no campo e agregar valor aos sistemas de produção.

Transição alimentar está presente na pesquisa Radar Agtech

Além de identificar a quantidade de agtechs por segmentos produtivos, o documento oferece um levantamento detalhado sobre os tipos de startups que dominam cada um deles.

Um ponto importante é observar que no segmento “depois da fazenda”, a categoria “alimentos inovadores e novas tendências alimentares” é o grande destaque, com 277 agtechs, o que representa 34% do total nesse segmento. Esse dado confirma as tendências de consumo de alimentos, envolvendo menos quantidade de proteína animal, maior busca por dietas saudáveis e por alimentos certificados e rastreados. Destacam-se as alternativas que vêm sendo oferecidas pelas startups desta categoria, também conhecidas como foodtechs.

Vale lembrar que a transição alimentar é um dos principais pilares da nova gestão de PD&I da Embrapa junto com a transição energética, inclusão socioprodutiva, digitalização no campo e saúde única.

Startups têm atuação bem definida em todas as fases da produção

No segmento “antes da fazenda”, as categorias com maior percentual são: “crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária” com 25%; “fertilizantes, inoculantes e nutrição vegetal” com 22%; e “análise laboratorial” com 15% das startups do segmento. Cleidson Nogueira, analista da Embrapa, explica que se, por um lado, as categorias com maior porcentual podem indicar as tendências, por outro, as com menor participação percentual também podem apontar oportunidades para empreendedores. Em 2023, as que tiveram menor participação foram as de genômica vegetal (11%) e animal (6%) e marketplaces de insumos (com 10%).

Já dentro da fazenda, as categorias com maior representação percentual são: o sistema de gestão de propriedade rural 20,8%), plataforma integradora de sistemas, soluções e dados (17,9%), drones, máquinas e equipamentos (12%) e sensoriamento remoto, diagnóstico e monitoramento por imagens (10,3%). São 498 agtechs classificadas nessas quatro categorias, representando 25,5% das startups mapeadas em 2023.

As categorias com menor presença de agtechs e que, por isso, podem representar janelas de oportunidades para novos empreendedores do setor são: conectividade e telecomunicação e apicultura e polinização.

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