Embrapa divulga os benefícios do própolis de abelha nativa amazônica na saúde humana
Um novo estudo conduzido por cientistas da Embrapa Amazônia Oriental (PA) e da Universidade Federal do Pará (UFPA) identificou propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias em um creme formulado com própolis produzida por abelhas sem ferrã o nativas da Amazônia.
A substância foi extraída da espécie Scaptotrigona aff. postica, conhecida como abelha-canudo, e testada em cobaias de laboratório com resultados comparáveis aos de pomada cicatrizante disponível no mercado.
O estudo, divulgado no portal da Embrapa, aponta que essa variedade amazônica contém compostos bioativos capazes de acelerar a regeneração tecidual e modular respostas inflamatórias, abrindo caminho para aplicações medicinais e na indústria de alimentos funcionais.
Própolis amazônico pode revolucionar tratamentos de saúde
A análise química identificou a presença de artepillin C, flavonoides e terpenos, substâncias com ação antioxidante e anti-inflamatória. Testes em células humanas e modelos animais comprovaram que o extrato do própolis reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias e estimula a síntese de colágeno, essencial para a reparação da pele.
Segundo o pesquisador da Embrapa, João Silva, o próximo passo é viabilizar a produção sustentável desse própolis.
“A Melipona fasciculata é manejada por comunidades tradicionais, e precisamos unir conhecimento científico a práticas ancestrais para preservar a espécie e gerar renda local.”
A bióloga Maria Oliveira, coautora do estudo, reforça a importância ecológica da descoberta.
“Essas abelhas são polinizadoras cruciais para a Amazônia. Valorizar seu própolis é também proteger a biodiversidade.”
Além de aplicações farmacêuticas, o própolis amazônico está sendo testado em formulações de alimentos com propriedades anti-inflamatórias, como suplementos e bebidas.
A expectativa é que os primeiros produtos cheguem ao mercado em até três anos, após aprovação de órgãos reguladores.