Por Leonardo Tonini
A novidade da semana foi a compra da Hotel Chocolat pela Mars. O que chama atenção é o apetite da empresa dona do Snickers por marcas emergentes:
Hotel Chocolat
🍫 Negócio: rede de chocolates premium britânica, conhecida pelos produtos premium, com alto teor de cacau e menos açúcar
💰 Faturamento: ~ $250 milhões.
🏷️ Aquisição: 2023 (2,6x receita)
Kevin’s Natural Foods
🍲 Negócio: refeições saudáveis (certificadas para dietas Paleo e Keto)
💰 Faturamento: ~$140 milhões.
🏷️ Aquisição: 2023 (5,7x receita, estimado)
Trü Frü
🍓 Negócio: snack de frutas coberto com chocolate (tipo Franuí)
💰 Faturamento: ~$80 milhões (vendas varejo).
🏷️ Aquisição: 2022 (valor não revelado)
Nature’s Bakery
🫔 Negócio: barras “soft baked” (macias) com ingredientes reais, sem glúten e alergenicos (nozes, amendoim, etc)
💰 Faturamento: ~$100 milhões (estimado).
🏷️ Aquisição: 2020 (4x receita, estimado)
KIND
🫔 Negócio: marca líder em barras de cereais
💰 Faturamento: $1.5 bilhões.
🏷️ Aquisição: 2020 (3,3x receita)
Essa série de aquisições revela uma transformação no modelo de M&A das gigantes de consumo, como a Mars:
1) Tese de M&A:
O que todas essas empresas têm em comum?
Foco em nichos saudáveis, produtos pioneiros ou diferenciados, alto crescimento e potencialmente maior margem bruta em escala.
2) Estágio das empresas:
As últimas quatro aquisições faturam menos de $300 milhões. Individualmente, é menos de 1% do faturamento global da Mars.
O jogo aqui é exposição a nichos com altíssimo potencial de crescimento composto ao longo do tempo, e que podem se aproveitar da distribuição massiva da empresa.
3) Modelo operacional:
Plugar as novas marcas na operação mataria o espírito empreendedor.
Os negócios continuam operando independentes ou em uma unidade de negócio separada. Podem usar as competências da nave mãe onde fizer sentido: distribuição, pesquisa e desenvolvimento, cadeia de suprimentos, etc.
A Mars não é a única gigante global apostando nesse modelo. Nestlé fez dezenas de aquisições de marcas emergentes nos últimos seis anos.
E não está sozinha… Unilever, The Coca-Cola Company, Mondelēz International e The Hershey Company’s também têm apostado nesse modelo.
Foi-se o tempo das mega aquisições zilionárias focadas em sinergia de custos e acesso a novos mercados como principal motor de M&A.
O futuro da inovação no mercado de consumo está nas marcas emergentes.
Leonardo Tonini é co-fundador da Emerge Ventures.
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