Manga Palmer
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A produção da Manga Palmer no Submédio do Vale do São Francisco, um dos maiores polos fruticultores do Brasil, apresentou um grande potencial de economia de água.

Segundo um estudo realizado pela Embrapa Semiárido em parceria com outras instituições, os pomares dessa variedade podem reduzir em até 31% o consumo de água por meio de um manejo hídrico mais eficiente, sem comprometer a produtividade e qualidade dos frutos.

O papel do coeficiente de cultivo na irrigação da Manga Palmer

Um dos principais resultados da pesquisa foi a definição de novos coeficientes de cultivo (Kc) para a manga Palmer, adequados às condições climáticas da região. O Kc indica a quantidade de água que a cultura consome em relação à evapotranspiração potencial, e varia conforme o estágio de desenvolvimento da planta. Dessa forma, os técnicos podem ajustar a irrigação para garantir o uso sustentável da água.

Os coeficientes de cultivo para a manga Palmer foram definidos para cada fase do ciclo produtivo, como crescimento vegetativo, floração e maturação dos frutos. Esses ajustes possibilitam uma irrigação mais precisa, evitando desperdício e garantindo a produtividade dos pomares.

Excesso de irrigação e suas consequências

O estudo apontou que muitos produtores irrigam as plantas além do necessário, especialmente durante a fase de crescimento dos frutos, o que não só desperdiça água, mas também reduz a disponibilidade de nutrientes no solo. O excesso de água drena os nutrientes para camadas mais profundas, prejudicando o desenvolvimento das plantas e impactando os custos de produção.

A pesquisa identificou ainda que, ao ajustar a irrigação de acordo com o coeficiente de cultivo, é possível manter ou até melhorar a produtividade, utilizando menos água.

A mangueira Palmer, por exemplo, requer um manejo hídrico preciso durante a fase de floração, quando a redução controlada da irrigação pode estimular a produção contínua de mangas ao longo do ano.

Além disso, a utilização de torres micrometeorológicas e ferramentas de monitoramento permitiu calcular a evapotranspiração nos pomares, ajudando os produtores a aplicarem a quantidade de água exata em cada fase do cultivo.

Manga Palmer e recorde de exportação

Com o manejo adequado, os produtores do Vale do São Francisco conseguiram alcançar uma produtividade superior à média regional, com uma média de 41 toneladas por hectare. Esse desempenho contribuiu para que, em 2023, a manga Palmer registrasse um recorde de exportação, atingindo 315 milhões de dólares, com quase 95% desse volume vindo da região.

Sendo assim, a adoção de um manejo hídrico eficiente, como o proposto para a manga Palmer, ajuda a reduzir o desperdício de água, e contribui para a sustentabilidade do agronegócio e para a competitividade das exportações brasileiras.

Portanto, o uso adequado dos coeficientes de cultivo ajustados à realidade de cada propriedade é um passo fundamental para garantir a produção de qualidade e a preservação dos recursos naturais.

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