Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de março reforça estabilidade do setor
O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de março de 2025 fechou em 1,09, registrando leve queda de 0,6% em relação a fevereiro, mas mantendo estabilidade diante de um cenário global desafiador.
A combinação entre a valorização do dólar, o aumento moderado nos preços dos fertilizantes e a queda parcial das commodities agrícolas refletiu a resiliência do setor, marcando uma melhora nas condições de troca para os produtores brasileiros.
IPCF de março destaca equilíbrio entre custos e receitas agrícolas
Em março, o IPCF foi influenciado pela queda média de 0,9% nos preços das commodities, com destaque para a cana-de-açúcar (-2,6%) e a soja (-0,3%), enquanto o milho subiu 7%. Já os fertilizantes tiveram alta média de 0,2%, impulsionada pelo cloreto de potássio (KCl +5%) e superfosfato simples (SSP +3%), embora a ureia tenha registrado queda expressiva de 12%.
O cenário cambial e o ajuste na oferta global de nutrientes críticos, como fósforo e potássio, contribuíram para a estabilidade do índice. A produção de potássio está próxima do limite, com estoques majoritariamente comprometidos em contratos de longo prazo, enquanto a demanda por fósforo disparou no Brasil, pressionada pela necessidade de recuperar atrasos nas compras e pelo aumento do consumo chinês para baterias.
Mercado global e clima influenciam projeções
A atenção do setor agrícola está voltada para o final do plantio da segunda safra de milho e às condições climáticas no Brasil, principalmente em regiões onde a escassez de chuvas pode afetar o desenvolvimento das lavouras.
Esses fatores, somados à volatilidade das commodities e aos custos de insumos, mantêm o mercado em alerta.
Metodologia e fontes
O IPCF é calculado mensalmente pela Mosaic, comparando preços de fertilizantes e commodities agrícolas com base em 2017.
Os dados de fertilizantes são fornecidos pela consultoria CRU, enquanto os preços das commodities (soja, milho, açúcar, etanol e algodão) são apurados pela Agência Estado e CEPEA, ponderados pelo consumo de fertilizantes e câmbio (70% para custos e 85% para receitas).
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