A sustentabilidade na agricultura deve estar sempre associada à rentabilidade, fundamental para o desenvolvimento do setor.
O mercado de insumos para a agricultura está evoluindo rapidamente. Está sendo impulsionado por novas tecnologias e inovações que buscam melhorar a produtividade do setor. Mas, como saber se compõem soluções sustentáveis?
Este foi o tema central das discussões do painel realizado na Arena do Global Agribusiness Festival. O painel contou com a moderação de Enori Barbieri, vice-presidente da Abramilho; Arthur Gomes, diretor-executivo da CropLife Brasil; Ernani Judice, CEO da Agrion Agrisolutions; e Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade da Marfrig / BRF.
Arthur Gomes destacou que as inovações tecnológicas são essenciais para a competitividade no mercado internacional. Segundo ele, é essencial melhorar os processos regulatórios para evitar desincentivos e onerosidades que possam prejudicar a competitividade brasileira.
A integração de fontes biológicas e orgânicas no setor agrícola para viabilizar os bioinsumos foi defendida por Ernani Judice. Ele ressaltou a importância de tornar esses produtos acessíveis financeiramente, garantindo assim maior produtividade.
A necessidade de uma visão holística
Numa visão objetiva, Paulo Pianez enfatizou a necessidade de compreender os insumos necessários para promover a agricultura sustentável. Ele mencionou pilares importantes como o rastreamento e controle da origem dos animais, a promoção de sistemas de produção de baixa emissão, do bem-estar animal, da gestão eficiente de recursos hídricos e energéticos, e, por fim, do uso de embalagens com menor impacto ambiental e responsabilidade social.
O executivo mencionou que a Marfrig conta com mais de 50 mil produtores em seu ecossistema, sendo o programa Marfrig Verde+ um elo fundamental na relação com os produtores. O programa visa identificar pilares como tecnologia, transparência e mecanismos de rastreabilidade no processo de vida do animal. A iniciativa visa integrar as cadeias para facilitar o acesso e mitigar riscos de perdas.
Além disso, mencionou o desafio enfrentado pelos pequenos produtores rurais, que representam 70% dos 25 milhões de produtores de gado no Brasil e muitas vezes não têm acesso a capital para se estruturar adequadamente.
Enori Barbieri apontou a logística como um problema comum em todo o ecossistema agrícola. Ele ressaltou a importância de reinvestir parte dos bons resultados em infraestrutura e melhorar o crédito para os pequenos produtores, além de integrar os modais para otimizar o fluxo de produtos.