Pesquisadores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e da Embrapa Alimentos e Territórios, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), estão transformando a maneira como os alimentos tradicionais, como o inhame e a abóbora, são utilizados na culinária. O objetivo é reduzir o desperdício e criar novas oportunidades de renda para agricultores familiares.
Inovações na utilização do inhame e da abóbora
As receitas desenvolvidas incluem o uso completo do inhame e da abóbora, desde a polpa até as cascas. Entre as criações, destacam-se empadinhas, bolinhos, pães, bolos, panquecas, biscoitos e chips.
Além disso, combinações com outros ingredientes resultaram em preparações como suco de inhame com limão, maçã e gengibre. Essa abordagem não apenas diminui o desperdício, mas também valoriza partes do vegetal que normalmente são descartadas, mas que possuem alto valor nutricional.
Quais são os benefícios nutricionais do inhame e da abóbora?
Conhecido por sua riqueza em fibras, vitaminas (A, C, E e do complexo B) e minerais como potássio, ferro e cálcio, o inhame é um tubérculo altamente nutritivo.
Ele é fácil de conservar e pode ser armazenado por até 15 dias em local adequado ou congelado para prolongar sua vida útil. Suas propriedades nutricionais o tornam um alimento valioso na dieta, contribuindo para a saúde geral.
No caso da abóbora, além de ser fonte de fibras e sais minerais, como manganês e potássio, rica em vitaminas C e A, ela é pouco calórica, de fácil digestão e também tem betacaroteno. Os frutos inteiros podem ser armazenados por até seis meses em temperatura ambiente, local sombreado, ventilado e seco.
Agricultura familiar e resgate de variedades tradicionais
A iniciativa também busca resgatar cultivares tradicionais de inhame, avaliando seu desempenho no campo e promovendo a rotação de culturas para melhorar a qualidade do solo. Esse resgate é essencial para manter a variabilidade genética e garantir a segurança alimentar das comunidades locais.
Os agricultores familiares de Alagoas estão sendo capacitados para incorporar essas novas receitas em suas produções, diversificando suas fontes de renda e melhorando a sustentabilidade de suas práticas agrícolas.
Além disso, a abóbora é um produto consumido no País todo. No Nordeste, o consumo é diferenciado, pois compõe o cardápio do café da manhã ao jantar. Há várias variedades comerciais sendo plantadas oriundas da seleção das sementes tradicionais, ou crioulas, que abastecem o mercado de outros estados da região. Duas espécies se destacam: a moranga ou jerimum caboclo (Cucurbita maxima) e a abóbora ou jerimum de leite (Cucurbita moschata D.).
Oficinas gastronômicas e impacto na comunidade
Oficinas gastronômicas realizadas em várias regiões de Alagoas têm capacitado os produtores locais em técnicas de preparo de alimentos, manejo de cultivo e conservação de sementes.
Essas atividades promovem a diversificação do cardápio, e incentivam o uso integral do inhame e da abóbora, potencializando a nutrição e a geração de renda.
Sustentabilidade e aproveitamento integral
O uso integral do inhame e da abóbora contribui significativamente para a sustentabilidade. Ao utilizar todas as partes dos vegetais, o desperdício de alimentos é reduzido, o que é muito importante para uma agricultura mais sustentável e eficiente.
Além disso, as novas receitas promovem uma alimentação mais nutritiva e diversificada, fortalecendo a segurança alimentar das comunidades envolvidas.
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