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Estudo da DATAGRO aponta milho e diesel como principais riscos para inflação brasileira em 2025

A inflação brasileira em 2025 enfrenta riscos sistêmicos com a disparada nos preços do milho e do diesel, segundo projeções da DATAGRO. Em atualização recente (10/03), a consultoria estimou altas de 6,67% para o grupo Alimentação e Bebidas e 5,81% para Combustíveis no IPCA em 2025, pressionando o índice oficial para níveis preocupantes. A volatilidade das commodities, aliada a ajustes nos preços de refinaria e tributos, ameaça prolongar os efeitos inflacionários no médio prazo, mesmo com medidas governamentais de contenção.

Por que milho e diesel são ameaças críticas para a inflação brasileira em 2025?

O milho, principal insumo para ração animal, registrou preços de R$ 85,00 por saca em Rondonópolis (MT) em março de 2025 – valor 40% superior ao de 2024 e o maior desde a guerra Rússia-Ucrânia. Segundo a DATAGRO Grãos, esse aumento pode elevar a inflação de alimentos em até 1,07% nos próximos seis meses, impactando cadeias produtivas de aves, suínos e bovinos. “O cereal responde por 60% do custo de produção de proteínas animais. Qualquer alta reverbera no prato do consumidor”, explica o relatório.

Já o diesel, embora com peso direto menor no IPCA, afeta custos logísticos e frete, gerando impactos indiretos em setores como agricultura e indústria. O reajuste de 6,29% nos preços de refinaria da Petrobras, somado à alta do ICMS, pode adicionar 0,29% à inflação geral e 0,77% ao grupo Alimentação e Bebidas em 12 meses. “O combustível é um ‘inflacionário silencioso’. Seus efeitos demoram a aparecer, mas são profundos”, destaca a análise.

Efeito dominó nas cadeias produtivas

A DATAGRO utiliza modelos econométricos para prever que a alta do milho pressionará a inflação brasileira em 2025 em 0,47% no índice geral, enquanto o diesel ampliará custos de transporte e produção em setores como grãos e carnes. Em fevereiro de 2025, o IPCA já atingiu a maior leitura para o mês em 22 anos, sinalizando um cenário desafiador. “A combinação de commodities caras e ajustes tributários cria uma tempestade perfeita”, alertam os analistas.

Apesar de políticas governamentais para conter preços, como subsídios setoriais, a consultoria ressalta que os fatores estruturais – como dependência do transporte rodoviário e alta demanda por milho – mantêm as expectativas acima do teto da meta de inflação para 2025. “O risco de descontrole não está descartado. O milho e o diesel são elos frágeis em uma cadeia já tensionada”, conclui o estudo.

Perspectivas e desafios

Enquanto o governo busca alternativas para reduzir a dependência do diesel, como incentivos a ferrovias e biocombustíveis, o setor privado investe em eficiência logística e substituição parcial de insumos.

Para o milho, a DATAGRO sugere estoques reguladores e acordos de importação emergenciais. No entanto, especialistas reforçam: sem ações coordenadas, a inflação brasileira em 2025 pode consolidar um ciclo de alta persistente, afetando especialmente as camadas mais vulneráveis da população.


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