ILPF
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Pesquisadores da Embrapa e do Instituto Federal Goiano (IFGoiano) avaliaram o impacto dos sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) sobre a qualidade do solo do Cerrado goiano. O estudo demonstrou melhorias significativas em comparação à pastagem não cultivada, especialmente em termos de disponibilidade de água e aeração do solo.

Melhorias na qualidade do solo com ILPF

A pesquisa foi realizada em fazendas-escola nos municípios de Morrinhos e Iporá, representativas do sudoeste goiano, região que produz cerca de 9% da safra de grãos do Brasil. Os sistemas ILPF estavam em seus primeiros anos e incluíam árvores de eucalipto e nativas (baru e angico) junto com cultivos de soja, milho e braquiária. Vacas leiteiras foram colocadas para pastejo na área da forrageira, enquanto cercas elétricas protegiam o crescimento das árvores.

Os pesquisadores coletaram amostras de solo em sete camadas diferentes até um metro de profundidade, importante para avaliar o impacto das raízes das árvores. As amostras foram analisadas para verificar a porosidade e propriedades físico-hídricas do solo.

Retenção de água e aeração

Os resultados mostraram que, tanto em Morrinhos quanto em Iporá, a ILPF aumentou a umidade retida pelo solo, essencial para a sobrevivência das plantas durante períodos de seca. Em Iporá, o solo apresentou também maior capacidade de aeração, essencial para a respiração de raízes e microrganismos.

ILPF: impactos específicos do solo

Morrinhos

O solo da fazenda em Morrinhos é um Latossolo argiloso, que já é naturalmente rico em agregados e microporos. No entanto, a ILPF aumentou a capacidade de água disponível no solo, graças ao aumento dos microporos responsáveis pela retenção de água.

Iporá

Em Iporá, o experimento ocorreu em um Cambissolo, onde a ILPF aumentou a macroporosidade do solo em 50% em comparação à pastagem de referência. Essa macroporosidade melhora a troca de oxigênio e dióxido de carbono entre a atmosfera e o solo, favorecendo a vida microbiana e a saúde das raízes.

Biodiversidade e sustentabilidade

Os sistemas ILPF permitem uma produção sustentável de grãos, forrageiras, carne e leite, aumentando a renda no campo e recuperando solos degradados. Eles também reduzem a pressão para a abertura de novas áreas agrícolas.

Além da ILPF, sistemas agroflorestais e agroecológicos também contribuem para uma produção mais sustentável. A introdução de árvores regula a temperatura local e mantém a umidade do solo, essenciais para enfrentar períodos de seca e ondas de calor. Esses sistemas estão alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU e à Agenda 2030, promovendo formas de produção e consumo mais sustentáveis.

Adaptação às mudanças climáticas

A pesquisadora Márcia Carvalho destaca que as mudanças climáticas são respostas naturais às atividades humanas, como desmatamento e queima de combustíveis fósseis. A agricultura pode ser uma aliada na produção de alimentos e na melhoria da qualidade de vida, implementando estratégias baseadas em conhecimento e tecnologias de pesquisa agronômica.

Portanto, a pesquisa comprova que a ILPF melhora a qualidade do solo do Cerrado, promovendo uma agricultura mais sustentável e eficiente.

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