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As consequências do Green Deal (Pacto Verde) Europeu podem ultrapassar as relações comerciais entre países, alcançando impactos sociais desafiadores em âmbito global. “A legislação europeia pode contribuir para o aumento da fome no mundo, pois vai atingir produtores de todos os portes, incluindo os pequenos, e que estão situados em locais com situações econômicas mais difíceis”, afirmou Ingo Ploger, vice-presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio).

O executivo participou da Conferência Internacional “Josué de Castro” sobre Segurança Alimentar e Combate à Fome, promovida pela Prefeitura de São Paulo, nos dias 28 e 29 de maio.

Brasil se prepara para as novas regras. Mas, como ficarão outros países no mundo?

Na avaliação de Ploger, os produtores de cacau brasileiros, por exemplo, estão se preparando para se adaptar às determinações do Green Deal, que começam a valer a partir de 1º de janeiro de 2025. “Mas, será que os produtores de cacau de Gana terão condições de atender todas as exigências da lei. Caso eles não tenham, a Europa vai proibir o cacau ganês. E, como ficam os produtores da Nicarágua nesta situação?”, indagou.

Desse modo, para o vice-presidente da ABAG, é preciso buscar consenso e cooperação para não se agravar a insegurança alimentar global e estabelecer relações comerciais que impulsionem o crescimento econômico e a competitividade. “A União Europeia tem um enorme desafio e poderá abrir seu mercado para parceiros democráticos, como o Mercosul. O livre mercado com regras sociais e ambientais possibilita diminuir custos em ativos não competitivos para apostar em áreas onde somos competitivos”, destacou. 

Inflação mundial pode impactar preços e oferta internacional de alimentos

Outros pontos tratados por Ploger no evento foram a questão da inflação, que pode crescer com as restrições de produtos importados com o Green Deal; e da defesa comercial por parte dos países, com leis que espelham as mesmas condições exigidas pela Europa aos produtos vindos do continente. “Esse não é um bom caminho porque é a população quem pagará a conta. Assim, precisamos abrir diálogos para discutir soluções que reduzam os impactos sociais e da fome”.  

Mediado pela advogada especialista em Direito Socioambiental Samanta Pineda, o painel “Protestos de agricultores europeus e reorientação de políticas agrícolas e comerciais” contou ainda com a participação de Joaquim Rukwied, presidente da Associação de Fazendeiros Alemães.

Ele trouxe os pontos principais que motivaram os protestos realizados pelos produtores rurais alemães diante do Green Deal, como a redução da competitividade, diminuição da produção, a impossibilidade de se atender a legislação, e o apoio recebido da população daquele país. 

De acordo com Rukwied, os produtores alemães apoiam as medidas de redução do impacto ambiental na agricultura, e têm a convicção de que o caminho está na implementação de novas tecnologias, de agricultura de precisão e de técnicas sustentáveis para combater as mudanças climáticas.

Comentou ainda sobre a colaboração ser um ponto fundamental para encontrar soluções e que a preocupação do setor atualmente está em garantir a estabilidade na produção doméstica. 

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