O Global Agribusiness Festival 2024, realizado nos dias 27 e 28 de junho no Allianz Parque em São Paulo, destacou-se como um dos maiores eventos do setor agro, combinando painéis de discussão, apresentações culturais e entretenimento de alta qualidade.
O evento deste ano trouxe um novo formato, dividido em quatro pilares principais: Fórum, Feira, Diversão e Gastronomia. Além das tradicionais discussões sobre o agronegócio, o festival incluiu shows de renomados artistas da música sertaneja, como Chitãozinho e Xororó, proporcionando uma experiência cultural rica para os participantes.
Painel “Logística no Agro: Novas Rotas e Avanços de Infraestrutura”
O painel que teve como tema central a estrutura logística do agro no Brasil foi moderado por Thiago Guilherme Péra, coordenador-geral do Grupo ESALQ-LOG. Ele destacou os desafios e avanços na logística do agronegócio brasileiro, enfatizando a necessidade de melhorias na infraestrutura para aumentar a competitividade do setor.
A diversificação de corredores logísticos, especialmente na região norte, foi apontada como fundamental para o escoamento da produção agrícola brasileira. O Marco Regulatório foi um dos principais motivadores para atrair os investimentos da iniciativa privada.
Thiago relembrou que mais de um bilhão de toneladas de produtos produzidos no agro são cargas que precisam ser movimentadas, demandam atividades logísticas. Toda a estrutura atualmente envolve aspectos ambientais e a preocupação com a segurança alimentar.
Luciana Costa, diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES, ressaltou a importância da conexão entre logística e sustentabilidade. Ela destacou as vantagens comparativas do Brasil em termos de recursos naturais e a necessidade de infraestrutura robusta para suportar a transição energética e mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Segundo ela, nenhuma grande economia tem a janela de oportunidade que o Brasil tem neste momento, do ponto de vista de recursos naturais. Nós temos estabilidade geopolítica, o Brasil é uma democracia estabelecida, que conversa com os Estados Unidos, com a Europa e com os países do sul global.
Luciana reforçou que nós emitimos 2,4 bilhões de toneladas de gás CO2 equivalente, e o desmatamento é o grande vilão: 50% das emissões vieram do desmatamento criminoso e 24% do uso da terra. Só 18% vem de energia e 5% de processo industrial. No resto do mundo, 75% das emissões vêm de energia.
Marcos Marinho Lutz, CEO do Grupo Ultra, enfatizou a eficiência e o crescimento do setor agro, que dobrou a produção de soja e milho nos últimos dez anos. Ele destacou a necessidade de melhorias na regulamentação e no licenciamento ambiental para facilitar investimentos em infraestrutura.
O executivo considera estratégica a produção de biocombustíveis para a segurança alimentar. Não existe o conflito entre o uso de terras para a produção de energia em detrimento da produção de energia.
Fábio Marchiori, CEO interino da VLI Logística, apresentou a importância dos investimentos de longo prazo na logística multimodal. Ele mencionou os desafios e as oportunidades de crescimento na infraestrutura ferroviária e portuária, destacando os investimentos significativos feitos pela VLI nos últimos anos.
Atualmente, 2/3 do volume movimentado pela empresa e 2/3 da receita movimentada, provém do agro. Ele destacou a importância de ter investimentos com a visão de longo prazo para que a empresa tenha vantagem competitiva no negócio que demanda pesados investimentos em infraestrutura.
Geyze Diniz, cofundadora e presidente do Conselho do Pacto Contra a Fome, trouxe uma perspectiva relevante sobre a relação entre a logística e a segurança alimentar. Ela destacou o desperdício de alimentos e a importância de políticas públicas para reduzir as perdas ao longo da cadeia produtiva.
Segundo ela, sabemos o que é um ciclo vicioso da fome. Tem duas principais grandes causas da fome. Uma é, a pobreza. E um dos braços da pobreza, no caso, é a falta de renda. E o outro é a falta do acesso ao alimento.
A fome causada por basicamente dois desses grandes fatores gera outros problemas sociais e econômicos. Isso reflete no aumento do custo para a saúde pública, aumenta custo para a educação, custo de segurança pública, aumenta custo de produtividade.
Geyze complementa indicando que inicialmente falta sinergia entre os setores. Não se pode segmentar a questão de fome e de desperdício, sem que todos falem conjuntamente. Nessa pauta, estão incluídos o governo e as empresas. O setor privado está muito ausente dessa pauta.
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