Com o propósito de reduzir o desperdício de alimentos frescos, a startup usa inteligência artificial para trazer impactos positivos nos âmbitos econômicos, sociais e ambientais
A Aravita, foodtech startup brasileira de inteligência artificial que viabiliza novos patamares de eficiência nas operações de alimentos frescos no varejo, acaba de receber aporte de mais de R$12 milhões. Os principais investidores são a Qualcomm Ventures e a 17Sigma, estabelecida pelo fundador e CEO da Ualá, Pierpaolo Barbieri. Os outros investidores institucionais são Bridge, DGF Investimentos, Alexia Ventures, BigBets e Norte Capital. Dentre os investidores anjos estão Bernardo Lustosa, sócio e CEO da ClearSale, e Flávio Jansen, ex-CEO da LocaWeb e do Submarino.
A proposta de valor da empresa é ajudar varejistas a otimizar a gestão de alimentos frescos, como frutas, verduras e hortaliças, reduzindo desperdício e aumentando a disponibilidade de itens demandados por meio da adoção de inteligência artificial. A solução otimiza a compra, reduzindo sobra de alimentos e perda de vendas, o que impacta diretamente na rentabilidade da rede varejista.
Estima-se que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos seja desperdiçada anualmente, o equivalente a 1/3 de toda a produção mundial. “A Aravita nasce com um propósito que vai muito além do puramente econômico”, diz Marco Perlman, CEO e um dos fundadores da startup ao lado de Aline Azevedo e Bruno Schrappe. “Unimos forças para minimizar a questão do desperdício de alimento em um país que é o quarto maior produtor do mundo, buscando endereçar as causas deste problema e não apenas atenuar as suas consequências”, elucida Aline, CPO da empresa.
“A gestão de alimentos frescos é altamente fragmentada e complexa. A solução da Aravita permite que os varejistas otimizem o gerenciamento de estoque, ajudando a aumentar a eficiência e reduzir o desperdício”, disse Michel Glezer, diretor da Qualcomm Wireless GmbH e diretor da Qualcomm Ventures. “Estamos entusiasmados em investir na Aravita e apoiar sua jornada para revolucionar as operações de varejo usando IA”.
“Vemos muita oportunidade dessa solução ser usada em toda a América Latina, pois a Aravita olha para uma das principais problemáticas mundiais da atualidade”, complementa Bianca Sassoon, sócia-gerente da 17Sigma.
A lista de investidores proeminentes destaca a importância e atratividade da proposta de valor da Aravita. “A ideia de criar a empresa surgiu quando percebemos a complexidade do setor de alimentos frescos, a dimensão do desperdício e a reduzida digitalização da cadeia”, explica Perlman. “Decidimos então investir em uma solução sofisticada de tecnologia para endereçar simultaneamente diferentes aspectos: ambiental, proporcionando menos emissão de gases de efeito estufa e desperdício de embalagens; social, com 30% da população enfrentando algum tipo de insegurança alimentar; e econômico, aumentando a venda e reduzindo a perda de através de compras otimizadas”, complementa Aline.
Para cumprir essa missão, a empresa desenvolve modelos avançados de inteligência artificial e deep learning para previsão de demanda de alimentos frescos, setor complexo por conta do impacto de variáveis diversas, como clima, sazonalidade, comportamento de consumidores e cenário econômico. “Nossos modelos de previsão de vendas consideram essas inúmeras variáveis, aproveitando informações da cadeia de suprimentos e modelos com reinforcement learning para gerar a melhor combinação de ordens de compra”, explica Schrappe, CTO da Aravita.
Para garantir a qualidade dos dados em tempo real e capturar fatores subjetivos, como posicionamento de produtos em gôndola e aparência, a plataforma contemplará funcionalidades como controle de inventário e integração com sistemas de ponto de venda, e a médio prazo, inteligência artificial e visão computacional para automação de processos.
No início deste ano a Aravita iniciou umpiloto em uma rede com dezenas de lojas na região de São Paulo. “Começamos a implementação focados em frutas, legumes e verduras, e vislumbramos expandir a abrangência para outros departamentos de supermercados com desafios semelhantes, como padaria, confeitaria, fiambreria, peixaria e açougue”, explica o CEO da empresa.
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