ODS evolução indicadores sustentabilidade
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Relatório atualizado das Nações Unidas indica como estão evoluindo (ou não) todos os objetivos – insegurança alimentar é um grande problema.

A desnutrição continua a ameaçar crianças e mulheres em todo o mundo, apesar de alguns progressos. Crianças afetadas pela desnutrição – incluindo nanismo (baixa altura para a idade), emaciação (baixo peso para a altura), deficiências de micronutrientes e sobrepeso – enfrentam riscos elevados de crescimento e desenvolvimento inadequados.

Crianças com sobrepeso (Fonte: FAO/ONU)

Apesar dos avanços em certas regiões, a desnutrição infantil continua sendo uma preocupação global, agravada pela crise contínua de alimentos e nutrição – com países de baixa e média-baixa renda entre os mais afetados. Em 2022, 22,3% das crianças menores de 5 anos (148 milhões) foram afetadas pelo nanismo, uma redução em relação aos 26,3% em 2012.

Enquanto o número de países com alta prevalência de nanismo (30% ou mais) diminuiu de 47 para 28 países de 2012 a 2022, nenhuma região está no caminho certo para alcançar a meta de 2030 de uma redução de 50% no número de crianças com nanismo. Se as tendências atuais persistirem, aproximadamente 128,5 milhões de crianças ainda sofrerão de nanismo em 2030. Para alcançar a meta global, a taxa anual de redução deve aumentar em 2,2 vezes a taxa atual.

Crianças afetadas por nanismo devido a nutrição pobre (Fonte: FAO/ONU)

Dietas pobres em nutrientes são riscos reais para a saúde

A emaciação, causada por doenças e dietas pobres em nutrientes, coloca as crianças em risco imediato de magreza, imunidade enfraquecida, atrasos no desenvolvimento e morte. Em 2022, 6,8% (ou 45 milhões) de crianças menores de 5 anos foram afetadas pela emaciação, uma redução em relação aos 7,7% em 2010. Ao mesmo tempo, 5,6% (ou 37 milhões) estavam com sobrepeso.

A prevalência global de crianças com sobrepeso estagnou em torno de 5,5% desde 2012, exigindo maiores esforços para alcançar a meta de 2030 de 3%. Além disso, a prevalência de anemia em mulheres de 15 a 49 anos continua alarmante, estagnada em torno de 30% desde 2000. A anemia nas mulheres é um fator de risco para resultados maternos e perinatais adversos, destacando a importância de abordar essa questão para a saúde e nutrição de mulheres e crianças.

Prevenir todas as formas de desnutrição requer:

  • garantir uma nutrição materna adequada;
  • promover o aleitamento materno ideal;
  • fornecer alimentos nutritivos, diversos e seguros na primeira infância; e
  • criar um ambiente saudável, com acesso a serviços básicos de saúde, água, higiene e saneamento, bem como oportunidades para atividade física segura.

Ações coordenadas nos setores de nutrição, saúde e proteção social – especialmente nas regiões mais afetadas – são necessárias para reduzir a desnutrição infantil e materna.

Alta de preços prejudica o acesso e consumo de alimentos

Apesar da queda em 2021, a parcela de países que enfrentam altos preços dos alimentos permaneceu acima da média de 2015–2019. Globalmente, a parcela de países que experimentaram preços moderadamente altos a anormalmente altos dos alimentos caiu de 48,1% em 2020 para 21,5% em 2021.

Na América Latina e no Caribe, as variações foram bem modestas entre os anos 2020 e 2021 comparando com as outras regiões, apesar das instabilidades econômicas e da pandemia.

Apesar dessa queda significativa, o índice de 2021 ainda era superior à média de 15,2% registrada entre 2015 e 2019. Fatores como o aumento da demanda, os custos crescentes de insumos (energia e fertilizantes) e de transporte, as interrupções na cadeia de suprimentos e as mudanças nas políticas comerciais contribuíram para o aumento sustentado dos preços.

Enquanto isso, fatores domésticos – incluindo condições climáticas adversas, desvalorizações cambiais, instabilidade política e quedas na produção – intensificaram as pressões sobre os preços. Na África Subsaariana e nos países menos desenvolvidos (PMDs), a proporção de países que enfrentam altos preços dos alimentos aumentou pelo segundo ano consecutivo em 2021 (atingindo 40,9% e 34,1%, respectivamente).

Essas regiões enfrentaram desafios adicionais devido ao agravamento das condições de segurança, dificuldades macroeconômicas e a um alto nível de dependência de alimentos importados e insumos agrícolas.

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