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Entidade reforça seu compromisso de acelerar os esforços para a inclusão feminina no ecossistema de alimentação.

Corrigir a disparidade de gênero nos sistemas agroalimentares reduziria drasticamente a fome global, aumentaria a renda de centenas de milhões de pessoas e adicionaria US$ 1 trilhão ao Produto Interno Bruto (PIB) global, oferecendo um dos caminhos mais eficazes para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Cerca de 75% dos documentos de políticas agrícolas e de desenvolvimento rural de 68 países em desenvolvimento reconhecem o papel e os desafios enfrentados pelas mulheres. No entanto, apenas 19% desses documentos possuem metas relacionadas ao gênero, destacando a necessidade de maior foco e compromisso.

Com o objetivo de promover um maior alinhamento entre políticas e resultados de gênero, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou o Commit to Grow Equality (CGE), um mecanismo para acelerar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres nos sistemas agroalimentares, por meio de financiamentos, investimentos e parcerias, permitindo que diversos atores relatem suas ações com base em um conjunto estratégico de compromissos.

“Temos as evidências para nos mostrar como superar as desigualdades de gênero – evidências que nos chamam a agir, coletivamente e com urgência”, afirmou o diretor-geral da FAO, QU Dongyu, no evento de alto nível “Commit to Grow Equality: Invest in the Future of Women and Girls” (Investir no Futuro das Mulheres e Meninas), realizado durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

“Fechar essas lacunas e empoderar mulheres e meninas nos sistemas agroalimentares melhoraria enormemente o crescimento econômico, a segurança alimentar, o acesso a dietas saudáveis e a resiliência para as mulheres, suas famílias e suas comunidades, especialmente em áreas rurais”, disse ele.

Líderes de alto nível no evento CGE incluíram ministros da Irlanda, Noruega e Turquia, entre outros, que anunciaram novos compromissos de recursos para a iniciativa. Também participaram representantes do Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Zâmbia, além de importantes agências da ONU, instituições multilaterais, ONGs e o setor privado.

A iniciativa CGE, lançada formalmente no início deste ano, já atraiu parceiros de diversos setores e pode beneficiar até 54 milhões de mulheres em todo o mundo, mais de uma em cada 10 mulheres que trabalham em sistemas agroalimentares. Para apoiar essa ação, estima-se que serão necessários US$ 1 bilhão em investimentos alinhados ao CGE.

Como funciona

No coração da iniciativa Commit to Grow Equality está a Matriz de Compromissos, que permite aos participantes definir e articular compromissos concretos que possam fazer a diferença na vida de mulheres e meninas. Entre os principais objetivos está o aumento do número e do valor de projetos que sejam transformadores de gênero desde a concepção até a implementação.

Outros incluem o fortalecimento de sinergias entre compromissos financeiros para mudanças climáticas, resiliência e outras áreas, além da ampliação de parcerias para promover a igualdade de gênero nos sistemas agroalimentares.

Para doadores, patrocinadores de projetos, governos, empresas e organizações locais, a matriz enfatiza esforços para fechar as lacunas de produtividade e salário entre os gêneros, além de aumentar dados, pesquisas e evidências.

Compromissos da FAO

O diretor-geral Qu Dongyu destacou três objetivos específicos que a FAO irá perseguir nos próximos anos:

  1. Monitorar ações transformadoras de gênero em todos os seus projetos e garantir que 10% deles apresentem abordagens transformadoras até 2030.
  2. Promover a disseminação e adoção em 10 países até 2026 das Diretrizes Voluntárias sobre Igualdade de Gênero e Empoderamento de Mulheres e Meninas do Comitê de Segurança Alimentar Mundial.
  3. Lançar um domínio de gênero em sua base de dados estatísticos FAOSTAT até 2026, tornando acessíveis ao público dados sobre trabalho, formação e propriedade de ativos das mulheres nos sistemas agroalimentares, além de dados sobre segurança alimentar e nutrição.

A FAO também destacou seu relatório de 2023 sobre o status das mulheres nos sistemas agroalimentares, que revelou, entre outros dados, que fazendas geridas por mulheres apresentam 24% menos produtividade do que as administradas por homens. Além disso, mulheres empregadas na agricultura ganham, em média, 82 centavos para cada dólar recebido por homens.

A ONU também anunciou que 2026 será o Ano Internacional da Mulher Agricultora, e a FAO coordenará atividades relacionadas ao tema.


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