Integrar a biodiversidade na produção agrícola, eliminar pesticidas obsoletos, restaurar ecossistemas, reduzir os impactos das mudanças climáticas na pesca, contribuir para o ordenamento territorial na pecuária, e transformar milhares de hectares em áreas protegidas são parte do trabalho apresentado no âmbito da COP 16 sobre Biodiversidade.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) apresentou hoje no encontro da COP 16, 30/10/2024, os avanços alcançados na América Latina e no Caribe em relação às metas estabelecidas no Marco Mundial de Biodiversidade Kunming-Montreal da Convenção sobre Diversidade Biológica, que propõe metas concretas para a proteção da biodiversidade global.
A apresentação ocorreu durante a 16ª Conferência das Partes (COP) sobre Biodiversidade, realizada em Cali, Colômbia, que reúne cerca de 12.000 delegados de quase 200 países, incluindo uma dúzia de chefes de estado e 140 ministros, para conservar a biodiversidade e garantir um futuro sustentável para todas as formas de vida no planeta.
“Avanços significativos foram alcançados na região, integrando considerações de biodiversidade em políticas e estratégias em todos os níveis. Este compêndio mostra como os projetos da FAO, com financiamento do Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF), fizeram a diferença. Desde antes de termos este marco de biodiversidade, estamos trabalhando com energia para alcançar uma Melhor Produção e um Melhor Meio Ambiente, que promovam uma Melhor Nutrição e uma Melhor Vida, sem deixar ninguém para trás”, explicou María Mercedes Proaño, Oficial de Financiamento Climático da FAO, que fez a apresentação em Cali.
Os avanços foram apresentados por meio de um compêndio de publicações que destacam o trabalho realizado na última década (2013-2023) em mais de 150 ações em 20 países da América Latina e do Caribe em termos de biodiversidade. Estas publicações analisam iniciativas assistidas pela FAO e financiadas pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial.
Entre os resultados obtidos estão a eliminação de pesticidas obsoletos, a redução de custos e a proteção ambiental na pesca, e a transformação de milhares de hectares em áreas protegidas, entre outras iniciativas.
No Equador, em linha com a ‘Meta 01: Planejar e gerenciar todas as superfícies para reduzir a perda de biodiversidade’, foi desenvolvido o projeto de pecuária climaticamente inteligente, que permitiu avançar em cinco planos provinciais de desenvolvimento e de ordenamento territorial.
No Caribe, no âmbito da “Meta 07: Reduzir a poluição a níveis não prejudiciais para a biodiversidade”, foram eliminadas 319 toneladas de pesticidas obsoletos, incluindo poluentes orgânicos persistentes e bifenilos policlorados, uma quantidade similar ao peso de aproximadamente oito aviões Boeing 737.
No Brasil, em alinhamento com a “Meta 08: Minimizar os efeitos das mudanças climáticas na biodiversidade”, destaca-se a redução do consumo de combustível na pesca em mais de 23% graças ao uso de redes de pesca modificadas, que poluem e gastam menos, além de possibilitar a obtenção de créditos de economia azul pela redução de emissões.
Na Colômbia, em alinhamento com a “Meta 10: Melhorar a biodiversidade e a sustentabilidade na agricultura, aquicultura, pesca e silvicultura”, destaca-se o projeto Conexão Biocaribe, que permitiu a intervenção em mais de 12 mil hectares para zonas de amortecimento de áreas protegidas, o que representa uma superfície semelhante a 35 vezes o Central Park de Nova York; além de certificar mais de três mil hectares por meio de sistemas participativos, semelhante a 625 vezes o Zócalo da Cidade do México.No México, em consonância com a “Meta 14: Integrar a biodiversidade na tomada de decisões em todos os níveis”, o projeto de Agrobiodiversidade propôs a definição do milho nativo para a Lei Federal, visando sua promoção e proteção. Além disso, o foco em agrobiodiversidade foi incluído em normas oficiais mexicanas para promover uma alimentação saudável e sustentável.
Atualmente, a FAO está trabalhando com os países da região na elaboração de projetos focados exclusivamente em contribuir para alcançar as metas de Biodiversidade para o GEF-8 (oitavo ciclo de reposição de fundos), num total de US$ 37,6 milhões, além dos US$ 60 milhões em propostas que incluem biodiversidade e, da mesma forma, abordam essas metas.
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