plantação com irrigação
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Roberto Azevedo, ex-OMC, lidera presença em Dubai apresentando documento com propostas para que o setor continue proporcionando ao mundo segurança alimentar associada à redução no volume de emissões de carbono

Com um ambicioso plano de descarbonização de sua agropecuária, o Brasil tem posição central no multilateralismo climático. O país pode reduzir suas emissões em até um bilhão de toneladas, até 2030, e recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas. Tais medidas reforçarão a capacidade de produção de alimentos e energias renováveis.

Reconhecido como um dos maiores especialistas brasileiros em negociações internacionais, Azevedo participará de uma agenda de painéis e side events focados em temas como sistemas alimentares, segurança alimentar e transição para uma economia de baixo carbono. “Qualquer solução climática verdadeiramente global tem que passar pelo Brasil.

Além de ser incontornável em qualquer discussão sobre segurança alimentar, o agronegócio brasileiro tem papel imprescindível no sequestro de carbono e na promoção da agenda climática e de sustentabilidade”, afirma o diplomata.

Documento elaborado pela ABAG e Sociedade Rural Brasileira expõe as propostas para as soluções climáticas

Para detalhar como a agropecuária brasileira continuará atuando para conter o acúmulo de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera e limitar o aumento da temperatura do planeta, a ABAG elaborou, em parceria com a Sociedade Rural Brasileira (SRB), o position paper Soluções Climáticas do Brasil para o mundo – Propostas para fortalecer o multilateralismo climático na COP28.

“A atualização da NDC (sigla em inglês para metas e contribuições nacionalmente determinadas), em outubro de 2023, com a meta de 48,4% na redução de emissões, até 2025, e 53,1%, até 2030, considerando os níveis de 2005, reforça um ambicioso compromisso do Brasil”, destaca o documento levado a Dubai.

No texto, ABAG e SRB defendem que o grau de ambição das NDCs “evidencia que o atingimento dessa meta depende do avanço da implementação de ações para favorecer a transição energética, aumentar a produção agropecuária de baixo carbono, conservar e restaurar florestas, bem como aprimorar a indústria e a transformação de resíduos em novas formas de energia renovável e novos produtos”.

Para que essa realidade continue avançando, o documento contém um conjunto de propostas, sendo que parte já são realidade, como produção de energias renováveis por meio da agropecuária brasileira.

Etanol contribui para a redução de emissão de carbono há décadas

“Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) apontam que, entre março de 2003 (data de lançamento da tecnologia flex de automóveis) e abril de 2021, o consumo de etanol (anidro e hidratado) no Brasil contribuiu para evitar a emissão de mais de 556 milhões de toneladas de CO2, volume equivalente às emissões anuais da Argentina, Venezuela, Chile, Colômbia e Uruguai juntos”, ressalta o texto do documento.

O documento também destaca a importância do GST (sigla em inglês para Global Stocktake), mecanismo previsto no Acordo de Paris e que terá sua primeira decisão aprovada na COP28.

Outro ponto defendido no documento é a criação do mercado regulado de carbono no Brasil, integrado ao mercado internacional. Este mercado será de extrema importância para incentivar o desenvolvimento de projetos que gerem redução e remoção de GEE (gases do efeito estufa), e que contribuam com a compensação de emissões em outros terceiros.

Nesse sentido, ABAG e SRB enumeram, no texto, elementos importantes da negociação dos mecanismos de mercado de carbono. O documento também sinaliza a necessidade de fortalecimento da meta de financiamento climático pactuada em 2009, no Acordo de Copenhague, de USD 100 bilhões por ano, até 2025.

Impactos climáticos da agropecuária requer considerar questões regionais

Na visão da ABAG e da SRB, a agropecuária é um setor que merece extrema atenção quando se trata de adaptação. As negociações de adaptação precisam levar em conta que cada país possui desafios específicos para incentivar e fortalecer a e agropecuária de baixo carbono.

Nesse contexto, a decisão da COP28 deve incentivar as Partes a tratarem de adaptação nas suas ações climáticas de agropecuária. Um dos resultados esperados é a criação de um plano de adaptação para a agropecuária em 2024, com ações que considerem programas. Entre esses, está o Plano ABC+, iniciativa setorial para adaptação à mudança do clima e baixa emissão de carbono na agropecuária, lançada em 2021 pelo Ministério da Agricultura e Pecuária.

“Estamos levando para Dubai uma sólida agenda de temas que destacam as soluções climáticas já adotadas pela agropecuária brasileira, e que são fundamentais para o avanço da economia de baixo carbono no Brasil”, avalia Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG.

Além do diplomata Roberto Azevedo, a representação da ABAG na COP28 também inclui o vice-presidente da entidade, Eduardo Leão de Sousa (presidente-executivo da CropLife Brasil), as diretoras Grazielle Parenti (head de Business Sustainability na Syngenta) e Liège Vergili Correia (diretora de Sustentabilidade da JBS), e o gerente de Sustentabilidade da entidade, Giuliano Ramos Alves.

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