As iniciativas das empresas para ampliar o acesso de produtores rurais ao crédito e às inovações tecnológicas.
No painel Innovation Spotlight, promovido pela AgroStart BASF, durante o World Agri-Tech South America Summit, foi discutido como as empresas estão colaborando com produtores para comercializar novas tecnologias e abordar as necessidades do mercado. O painel contou com a participação de Mirella Lisboa, Gerente de Inovação Aberta da BASF; Alexandre Borges, CEO da Grão Direto; Patrícia Ambrosio, head de soluções financeiras digitais da BASF, e Ricardo Alves, co-fundador da Farmtech.
Inovação e soluções financeiras digitais
Mirella Lisboa destacou a importância da inovação financeira para o desenvolvimento do agronegócio, enfatizando que o acesso a novas formas de financiamento, gestão de risco e eficiência operacional são fundamentais.
A inovação financeira é fundamental para que agricultores e toda a cadeia aproveitem as oportunidades existentes no segmento.
Mirella Lisboa
Patrícia Ambrosio, da BASF, explicou o funcionamento do Conecta.Ag, um sistema digital composto por três pilares: um programa de fidelidade, um marketplace e parcerias financeiras. Ela destacou que a digitalização dos processos financeiros é um grande desafio, mas essencial para tornar a operação mais eficiente.
Nosso objetivo é trazer o offline para o online, criando um ecossistema digital que facilite a jornada de compra e venda para agricultores e distribuidores.
Patrícia Ambrosio
O papel das agfintechs no mercado
As agfintechs estão focadas em tornar o acesso ao crédito mais fácil e rápido para os produtores rurais, eliminando burocracias e simplificando processos. Felipe D’Avila, da Agroforte, mencionou a importância de fornecer crédito personalizado que atenda às necessidades específicas dos produtores.
As parcerias estratégicas com cooperativas, laticínios e outras empresas do setor criam um ecossistema de dados e serviços. Essas parcerias ajudam a modelar riscos e aprovar linhas de crédito de forma mais eficiente.
As tecnologias surgem como meio, não fim. Ricardo Alves, da Farmtech, destacou que a tecnologia deve ser vista como um meio para facilitar processos, e não como um fim. A tecnologia está a serviço de simplificar o acesso ao crédito e melhorar a gestão financeira dos produtores.
Para que a tecnologia se sustente, ela deve se transformar em padrão e ser adotada amplamente.
Ricardo Alves
As agfintechs estão desenvolvendo produtos de crédito que são customizados para diferentes ciclos de produção, como crédito mensal para leite e crédito a cada 45 dias para agricultura. Isso permite uma melhor gestão do fluxo de caixa dos produtores.
Neste contexto, a digitalização de processos é essencial para massificar o acesso a serviços financeiros e tornar operações como o barter (troca de produtos por insumos) mais eficientes e acessíveis. Alexandre Borges, da Grão Direto, mencionou que a digitalização melhora a qualidade do relacionamento com os produtores e aumenta a eficiência operacional.
Impactos das inovações tecnológicas
A inteligência artificial está sendo usada para prever o potencial de negócios, indicar os produtores com maior probabilidade de realizar transações e aumentar a eficiência dos times comerciais.
A Grão Direto, por exemplo, utiliza uma ferramenta de IA chamada Airton para melhorar suas operações. Os times comerciais usam essas informações para serem mais assertivos nas prospecções.
Alexandre Borges complementou falando sobre a democratização dos produtos e serviços financeiros, integrando-os às jornadas comerciais dos produtores. Ele destacou o impacto transformador da inteligência artificial, que permite prever o potencial de negócios e aumentar a eficiência das operações comerciais.
A digitalização dos processos é essencial para aproveitar ao máximo as tecnologias emergentes como a inteligência artificial.
Alexandre Borges
Tecnologias como blockchain estão sendo exploradas para avaliar crédito e tornar transações de barter mais seguras e eficientes. Patricia Ambrosio, da BASF, mencionou a importância de usar essas tecnologias para criar um sistema financeiro mais integrado e digital.
Desafios a serem vencidos
Um dos maiores desafios é tornar as soluções financeiras digitais simples e acessíveis para todos os produtores, independentemente de seu tamanho ou nível de adoção tecnológica. As fintechs devem focar em criar processos que sejam fáceis de entender e usar.
“Precisamos transformar processos complexos em soluções simples e digitais para realmente levar a inovação financeira a um novo patamar”
Patrícia
Para que as inovações tecnológicas se sustentem, elas precisam se transformar em padrões amplamente adotados no setor. Ricardo Alves enfatizou a necessidade de produtos padronizados e de fácil acesso para que a tecnologia se torne uma norma no agronegócio.
Os impactos positivos no setor
A melhoria da eficiência e produtividade foi apontada como um dos principais resultados positivos da aplicação das inovações tecnológicas no agro. As agfintechs estão ajudando a melhorar a eficiência e a produtividade no agronegócio ao fornecer soluções financeiras que permitem aos produtores investir em tecnologia, inovação e sustentabilidade.
A inclusão financeira é um passo relevante para que os produtores possam entrar em um ciclo de melhoramento contínuo. O acesso ao crédito e a gestão financeira saudável são essenciais para que os produtores invistam em novas tecnologias e aumentem sua competitividade.
O painel concluiu que a inovação financeira no agronegócio depende de uma abordagem colaborativa e integrada, focada em simplificar processos e atender às necessidades dos produtores de forma eficiente e acessível. “A visão de ecossistema é fundamental para desenvolver soluções que realmente façam a diferença na vida dos agricultores,” finalizou Patrícia Ambrosio.
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