Segurança alimentar e aumento da produtividade são destaques do painel apresentado pelo B20 Brasil

Recomendações compõem as iniciativas empresariais nacionais visando a segurança alimentar para o encontro do G20.

Após a abertura oficial do encontro do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, no dia 12 de setembro, em Chapada dos Guimarães (MT), o grupo Business 20 (B20) Brasil apresentou painel com as recomendações da Força-Tarefa sobre Agricultura Sustentável e Sistemas Alimentares para os ministros da agricultura do Grupo dos 20 (G20). O objetivo é reunir as principais iniciativas de governo e das empresas em prol da segurança alimentar e para melhorar a produtividade.

O evento contou com a presença do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, demais ministros da agricultura dos países membros do G20, membros do B20 Brasil e representantes do setor.

As recomendações do setor privado foram desenvolvidas nos últimos meses e entregues à liderança do G20. “É uma honra liderar essa força tarefa e compartilhar as principais recomendações do setor privado para transformar nossos sistemas alimentares. Nosso objetivo é que eles sejam mais resilientes, inclusivos e em harmonia com o meio ambiente, contribuindo para a segurança alimentar global”, afirmou o painelista Gilberto Tomazoni, que é o líder da força-tarefa de Agricultura e Sistemas Alimentares Sustentáveis do B20 Brasil e o CEO Global da JBS.

Mapa: recuperação de áreas e promoção de produtividade

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tem se destacado na implementação de estratégias inovadoras para a produção agropecuária. Um dos principais projetos nesse sentido é o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuária e Florestais Sustentáveis (PNCPD).

Este Programa tem como meta a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis nos próximos 10 anos.

A iniciativa não apenas promove a sustentabilidade, mas também posiciona o Brasil como líder em práticas agrícolas responsáveis durante os eventos de agricultura do G20, demonstrando o compromisso do Mapa com a inovação e a eficiência na produção agropecuária.

B20 AGRO promove produtividade sustentável

Uma das prioridades apresentadas pelo B20 é estimular a produtividade sustentável, priorizando os países que produzem menos alimentos e, assim, reduzir a pobreza e a insegurança alimentar.

Tendo essa meta em vista, o grupo elaborou três recomendações para o tema e seis ações de políticas públicas:

Recomendação 1

Fomentar o aumento de produtividade por meio do desenvolvimento e da ampliação de tecnologias sustentáveis.

Ações de políticas públicas:

• Fomentar a inovação escalável e baseada em evidências científicas, facilitando o acesso dos produtores a novas tecnologias e à assistência técnica agronômica para lidar com os desafios interconectados do clima, meio ambiente, resiliência, segurança alimentar e acessibilidade.
• Promover um ciclo de crescimento de produtividade de forma equitativa e sustentável.

“Durante o painel do B20, ficou claro que as recomendações apresentadas para promover sistemas alimentares mais sustentáveis e inclusivos estão diretamente alinhadas com as iniciativas que defendo há anos para o agro brasileiro. A modernização da infraestrutura rural e a integração de tecnologias são essenciais para impulsionar a produtividade e garantir a sustentabilidade do setor”, avalia Gustavo Diniz Junqueira, que foi secretário de agricultura no Estado de São Paulo e atua em negócios de agropecuária

Recomendação 2

Criar modelos inovadores de financiamento e colaboração para apoiar a transição dos agricultores para sistemas alimentares resilientes e sustentáveis.

Ações de políticas públicas:

• Garantir alocação suficiente, eficiente e inclusiva de capital para uma transição rápida e em larga escala.
• Monetizar o valor dos serviços ecossistêmicos relevantes fornecidos por práticas agrícolas regenerativas e sustentáveis, incluindo maior resiliência e resultados ambientais.

“As discussões sobre novos modelos de financiamento para a agricultura sustentável ressaltam um ponto que tenho destacado: a necessidade de criar incentivos que facilitem a transição dos produtores para práticas mais resilientes. Essa visão é fundamental para preparar o Brasil para os desafios globais, ao mesmo tempo que fortalece nossa competitividade no mercado internacional”, comenta Gustavo.

Entre as opções de financiamento, os créditos de carbono têm enorme potencial de se tornarem um ativo valioso para as empresas nacionais. Segundo Junqueira, “o mercado internacional ainda está se ajustando para conseguir definir como mensurar e precificar os créditos de carbono. Assim que os parâmetros estiverem claros para investidores e produtores rurais, em todo o mundo, o Brasil terá certamente vantagens competitivas que ajudarão no financiamento das operações locais”.

Recomendação 3

Fortalecer o sistema de comércio agrícola multilateral centralizado na OMC.

Ações de políticas públicas:

• Promover o sistema de comércio multilateral da OMC para alimentos e agricultura, eliminando barreiras que distorcem o mercado e, ao mesmo tempo, orquestrando a adoção de práticas sustentáveis ao longo do tempo e garantindo a segurança alimentar.
• Apoiar medidas pragmáticas, baseadas na ciência, para permitir a adoção de práticas sustentáveis e, ao mesmo tempo, facilitar o acesso inclusivo ao mercado dentro dos avanços do sistema de comércio agrícola multilateral baseado em regras da OMC.

Junqueira entende que o fortalecimento do sistema de comércio agrícola multilateral, mencionado nas recomendações do B20, também está em linha com a defesa que faz de um agronegócio moderno e conectado ao mercado global.

A adoção de práticas agrícolas regenerativas e o uso de tecnologias avançadas são passos cruciais para garantir que o Brasil continue a liderar no cenário global de segurança alimentar e sustentabilidade.

Este é o documento gerado a partir do trabalho realizado pelo B20

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