55 milhões de toneladas de alimentos vão para o lixo todos os anos no Brasil. Varejo responde por 14% das perdas.
O Brasil é um dos 10 países que mais jogam comida no lixo em todo o mundo: são 55 milhões de toneladas de alimentos desperdiçados ao ano, desde o campo até a casa dos brasileiros. Desse montante, 14% são perdas de alimentos ocorridas no varejo, caso dos supermercados.
Um grande desafio do desperdício no varejo é conseguir equilibrar ações que impactem o excesso de produto sem gerar efeitos na disponibilidade para os consumidores, o que derruba a venda. Outro desafio é a crescente demanda por produtos frescos nos supermercados físicos.
Segundo a última pesquisa do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga), especialmente frutas, verduras e legumes, que são mais complexos de gerir, podem representar até 65% das perdas totais do varejo alimentar.
Redução das perdas de alimentos apoiada com coleta de dados e uso de IA
A complexidade para chegar nesse equilíbrio, especialmente em perecíveis, exige soluções sofisticadas. A startup foodtech Aravita, que usa inteligência artificial para melhorar a gestão de produtos frescos em supermercados, já é capaz de trazer resultados de diminuição do desperdício, ao mesmo tempo que também diminui as rupturas de produtos.
Com inteligência artificial, a empresa usa dados internos e externos, como histórico de vendas, indicadores macroeconômicos e clima para alimentar algoritmos. A partir disso, pode fazer a recomendação de compra de frutas, legumes e verduras pelos supermercados o mais próximo da perfeição por meio de previsão de demanda, gestão preditiva de estoque e simulação de cenários de abastecimento. Desta forma, não haverá produtos além do necessário no estoque, reduzindo o desperdício de alimentos.
Esse olhar diferenciado também fez a empresa desenvolver seu próprio algoritmo de cálculo de rupturas, que identifica falta de vendas utilizando tickets dos consumidores ao invés de utilizar dados de estoque, que muitas vezes não são confiáveis, especialmente nessa categoria de produtos.
Uma das facilidades da solução da Aravita está na interface simplificada do software no tablet usado pelos funcionários de cada loja que inserem as informações no sistema, com recursos como mensagens de voz e ajustes simples que garantem agilidade e assertividade na gestão do estoque, eliminando as antigas tabelas.
Redes de varejo compram melhor e reduzem as perdas com uso de tecnologia
A Aravita está aplicando sua tecnologia em lojas do grupo St Marche – rede de supermercados presente na Grande São Paulo, Campinas e Santos com as marcas St. Marche e Emporio Santa Maria. A Aravita já otimiza mais de 1000 itens únicos do estoque da rede (SKUs), que adota as recomendações de compra da startup em cerca de 80% das suas decisões.
A solução tecnológica possibilitou um maior controle de estoque, reduzindo as quebras em até 20% nas 13 lojas que já completaram quatro semanas de implementação. Essa redução foi observada quando comparada ao mesmo período de 2023, abrangendo os meses de agosto e setembro.
”Ao otimizar as quantidades a serem compradas, existe uma diminuição do excesso de alguns produtos, que gera desperdício e prejuízo, e da falta de outros, que acarreta perda de vendas. Estamos em um momento crítico do planeta, em que a variabilidade climática só tende a aumentar. Quando você tem condições climáticas nunca vistas, o impacto no volume de produção, na qualidade e na durabilidade de frutas, verduras e legumes e a chance de aumentar o desperdício e impactar a população é ainda maior”, conclui Marco Perlman, CEO da Aravita.
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