Picos de calor e vida mais saudável estão impulsionando o mercado
Desde o final da primavera em 2023, quando sentimos o impacto de temperaturas muito elevadas em todo o país, à entrada do verão no mês de janeiro, a saída foi buscar hidratação nas águas minerais. A indústria de águas minerais no país já prevê um aumento de demanda nesse período do ano, mas o clima deu um empurrãozinho a mais quando tivemos picos de sensação térmica chegando a 50º graus em algumas cidades.
O brasileiro felizmente tem demonstrado maior preocupação com a hidratação como hábito essencial à saúde. No dia a dia, a ingestão de água tem evoluído de recomendação médica para hábito natural e saudável que contribui para o adequado funcionamento do organismo diante das altas temperaturas.
De acordo com Marcos Angeli, diretor-geral da Lindoya Verão, comparando-se o verão iniciado em 2022 e a estação que começou em 2023, o aumento de consumo é 50% maior. “Com as várias ondas de calor, somente no período de novembro do ano passado até o início de janeiro, o crescimento foi de 50%. Um resultado maior que toda a média do ano”, compara.
Christina Larroudé, diretora de marketing da Minalba Brasil, tem a mesma percepção: “A categoria água mineral tem uma forte sazonalidade e, geralmente, já observamos um pico de vendas de 20% durante os meses de verão e primavera vs. os demais meses, pela necessidade dos consumidores de aumentarem o consumo e a frequência da hidratação. Principalmente nos dias mais quentes, há picos maiores de vendas”.
Como indústria, essa variação na Minalba foi percebida principalmente pela velocidade da necessidade de reabastecimento dos clientes varejistas. “Por exemplo, a primeira semana de novembro, que teve alguns picos de temperatura em todo o Brasil, apresentou um crescimento de 72% versus a semana anterior em um grupo de clientes que acompanhamos”, afirma Christine.
Perfil de consumo varia nas regiões do Brasil
Christina destaca que existem diferentes perfis de consumo de acordo com a região do País. Segundo dados da Nielsen, o Sudeste, por exemplo, é uma região com alta participação no mercado de águas. É responsável por 56,4% do consumo do País (sendo que representa 41,8% da população nacional).
O Sul, com 14,7% da população nacional, também apresenta alto consumo: 21,1% do mercado de águas. Já no Nordeste, tem uma situação inversa, de menor consumo, com 26,9% da população e apenas 14,4% de participação no consumo do mercado de águas.
“A região do país também impacta no consumo quanto se pensa em termos de formato. Um exemplo é o fato de termos embalagens maiores para o Nordeste, como os garrafões retornáveis de 20l, disponíveis apenas para essa região” explica a executiva.
Aumento de consumo de águas minerais passa pelo processo de aproximação e conscientização do consumidor
Educar os consumidores sobre a importância da hidratação diária e reforçar essa mensagem, principalmente nos dias mais quentes, também tem sido uma prioridade na Minalba.
“Temos focado em iniciativas como a diversificação de nosso portfólio para atender o consumidor em diferentes necessidades e ocasiões de consumo. Um exemplo são os lançamentos de Minalba e Indaiá em versão lata, mais sustentável e inclusiva, com escrito em Braille na tampa. A lata de alumínio, além de sustentável por ser infinitamente reciclável, traz benefícios como facilitar que a água atinja a temperatura ideal mais rápido, proteger a bebida dos raios UV, facilitar a logística e não quebrar,” explica Christina sobre as iniciativas que estão realizando.
Outro exemplo é a nova Minalba Gerando Falcões, produto social cocriado com a Gerando Falcões e que destinará 100% do seu lucro para projetos da ONG.
Consumidores estão mais atentos à qualidade
As preferências de consumo de águas minerais de boa qualidade está se fortalecendo junto aos consumidores. Levantamento que realizado pela Minalba com a consultoria RG Think Food, verificou uma tendência das pessoas de consumirem água mineral com foco em saúde. Este é o principal motivador de consumo de água para 47,9% das pessoas, segundo dados da AI Palette de outubro de 2023.
Dentro desse fator saúde, entra a preocupação com diferenciais funcionais como baixo sódio, Ph mais elevado e presença de minerais. “Isso é mais presente principalmente nas gerações de consumidores Millennials e Z, mais abertos a produtos diferenciados e a marcas com apelos de benefícios, tanto funcionais quanto de sustentabilidade,” explica Chistina.
Um bom exemplo dessa preferência na prática tem sido o crescimento de vendas de Minalba, que oferece diferenciais como ser uma água fluoretada, naturalmente alcalina, com baixo teor de sódio e equilíbrio de minerais. No último ano, a marca cresceu 11% em volume.
Segundo a executiva, “temos visto mudança nesse perfil de consumo não só do ponto de vista de qualidade, mas também de experiência do cliente, que nesse período busca sempre por opções de bebidas mais geladas para ajudar a aliviar o calor. Como empresa com maior portfólio de marcas de água mineral no Brasil, buscamos atender a essa demanda com produtos de diferentes perfis, tanto em composição da água (diferentes pHs, minerais e outras características) quanto em formatos, embalagens e outros”.
Recordes históricos de aquecimento promovem novos investimentos
Segundo o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), órgão da União Europeia, o ano de 2023 vai entrar para a história como o mais quente dos últimos 125 mil anos. No entanto, projeções da NASA, agência espacial norte-americana, consideram que as temperaturas de 2024 devem superar os recordes do ano passado.
Este é um indicativo de que o consumo de águas minerais deve aumentar ainda mais no Brasil? “Sem dúvida, a expectativa em 2024 é de crescimento de 30% a 35%, para as empresas que fizeram investimentos com o propósito de atender, com qualidade, à alta demanda”, avalia Angeli.
“Com as mudanças climáticas e vários picos de calor que temos observado, será cada vez mais necessário que as marcas atuem para atender às demandas da sociedade perante essa grande questão que tanto afeta o mundo todo. E isso se refere tanto a estar preparada para oferecer e repor com maior rapidez itens que serão mais demandados para esse momento – como o aumento de consumo de água e bebidas para hidratação no período – quanto olhar para produtos e ações que vão contribuir para mitigar as mudanças climáticas, com um olhar mais atento para a sustentabilidade,” destaca Christine.
Na Lindoya, a indústria se prepara para atender a essa nova tendência de aumento de demanda. Já está realizando o aumento de contratações e programas de treinamento, que Angeli destaca como sendo os principais investimentos. “Aumentamos nosso quadro de colaboradores em 30% para acompanhar as demandas de produção, com treinamento da liderança e da parte operacional, responsável por operar equipamentos de alta tecnologia que requerem mão de obra especializada”, destaca o executivo. Ele completa: “O investimento em pessoas continua como foco em 2024 e em 2025.”
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