O produto foi somado à ampla linha de cafés da Nestlé e aposta nas novas tendências de consumo do produto puxadas pelos jovens.
A Nestlé conseguiu, novamente, se antecipar ao mercado com suas inovações e com o foco sustentável junto a produtores de café no Brasil. Desta vez, elevou o patamar de qualidade do café da variedade conillon, que usualmente se destina à indústria de café solúvel ou em blends com outros da variedade arábica. Um café torrado e moído 100% com conillon, e com qualidade, é inédito no mercado.
Certamente existem bons conillon (ou robustas) no mundo, mas essa variedade nunca foi muito bem trabalhada no Brasil. O cultivo desse café está centrado nos Estados do Espírito Santo e Minas Gerais, e atende praticamente a indústria de café solúvel. Para ter uma referência, o preço da saca de 60 kg desta variedade hoje está em torno de R$ 900,00. Já o arábica, está cotado em R$ 1.125,00 (valores do mês de maio/2024 – Cepea/Esalq), podendo chegar a R$ 1.500,00 por saca ou muito mais para os premiados internacionalmente.
Os sabores e aromas são distintos das opções de café arábica, que são mais refinados. Eu, particularmente, não gosto de beber café conillon (no máximo tolero algum blend com arábica e em mínima proporção). Tive que mudar minha preferência com esse novo Nescafé.
Reposicionando positivamente o café conillon no mercado, com o agregado de sustentabilidade e ajuda das abelhas
O novo Nescafé Montanhas Capixabas, torrado e moído, é 100% da variedade conillon. Fruto de pesquisas e acompanhamento junto a grupos de produtores, a empresa distribuiu colmeias pelos cafezais.
A flor do café deve ser polinizada, assim como em quase todas as culturas que produzem flores e frutos. A baixa população de insetos nas culturas, em termos gerais, dificulta a evolução da polinização. Isso é corrigido com as colmeias que foram inseridas nas culturas de café, o que promoveu melhor produtividade e qualidade (sabor e aromas).
O trabalho das abelhas resultou num produto de ótima qualidade. O café ficou com aroma e paladar agradáveis, quase adocicado, sem deixar retrogosto amargo.
E para quem gosta de uma dose extra de cafeína, é o mais recomendado: o arábica tem aproximadamente 1 a 1,5% de cafeína, enquanto o conillon pode ter até 2,7% de cafeína.
Segundo Taissara Martins, que está à frente das iniciativas de ESG para café e bebidas da Nestlé, o plano é estender a prática de inserir as colmeias nas fazendas e ampliar a produção do conillon com qualidade superior. Isso deve ter um impacto sensível na recuperação de preços do produto no mercado, e pode ajudar a posicionar melhor o produto brasileiro no mercado internacional.
As iniciativas da empresa em busca de melhores grãos preveem a promoção da cultura regenerativa do café, buscando a neutralização da pegada de carbono nas fazendas. “As práticas regenerativas devem prever diversas práticas, que podem ser usadas em fazendas de todos os portes, desde as pequenas onde a colheita é feita manualmente, até grandes propriedades com colheita mecanizada”, explica Taissara. O objetivo é obter resultados positivos em termos de sustentabilidade. 100% do café processado na empresa é proveniente de fazendas auditadas e certificadas, com rastreabilidade e com as pegadas de carbono calculadas.
A empresa está há mais de uma década investindo em práticas sustentáveis, mas a consciência do público é mais recente. Diversos tópicos que estão previstos na jornada de sustentabilidade devem ser traduzidos de forma mais clara para o público, reforça Taissara.
O social é bem relevante na composição das iniciativas. Hoje, são poucos os jovens que se motivam a ficar na propriedade rural. As iniciativas devem prever o engajamento para que entendam o valor do que estão produzindo e possam definir melhor o valor real de suas produções. Adicionalmente, a formação de baristas e a capacitação de produtores ajudam a promover a empregabilidade, que é um dos indicadores de sucesso dos programas de ESG da empresa.
Nescafé, a marca brasileira que se difundiu no mundo, sem ser alterada
A marca Nescafé foi criada no Brasil por volta de 1928. Tudo começou quando o governo federal brasileiro se viu com o problema de excesso de produção e estoque de café no país, que não poderia ser exportado devido a conjuntura à época. O governo procurou a Nestlé para buscar opções de destino do café, sem as quais toneladas do produto teriam que ser destruídas.
A solução de processamento do café para solúvel teve bom resultado e a empresa seguiu ao longo das décadas incorporando novos produtos à linha, atendendo as novas tendências e demandas do mercado.
Hoje, a marca Nescafé é usada em todo o mundo, sem sofrer ajustes e adaptações de idiomas.
Como será o futuro desse mercado?
Em 10 anos o consumo de café será totalmente diferente, promovido pela adesão dos jovens que buscam novas alternativas de consumo, e conscientes com a questão da sustentabilidade, explica Valéria Pardal, executiva que está à frente do negócio Nescafé.
Há poucas décadas, o consumidor brasileiro praticamente bebia somente o café preto em casa e durante o expediente de trabalho. Hoje o mercado é bem diferente: o mercado de cápsulas e as opções de cafés gelados e com mix de leite e outros aromas expandiu puxado pelo público mais jovem.
O consumo de café fora de casa é um dos grandes aceleradores dessa tendência de ampliar as opções de consumo da bebida. Somam-se as inúmeras receitas que são compartilhadas em vídeos nas redes sociais, promovendo a elaboração de variadas bebidas em casa, usando as opções de café solúvel e de torrado e moído.
Rodrigo Maingue, executivo que está à frente do relacionamento com clientes institucionais, enfatiza que o café é um conector social. “As pessoas gostam de agendar conversas em torno de um café. Inclusive a oferta de um café de qualidade melhor se tornou um dos atrativos para que os funcionários retornem às atividades presenciais”, explica.
Nesta linha, a empresa mantém o investimento nas máquinas automáticas Nescafé que hoje são encontradas em clientes corporativos, em bares, supermercados e lojas de varejo, muitas vezes posicionadas ao lado das tradicionais máquinas de espresso.
Rodrigo explica que os benefícios são diversos: as máquinas são totalmente automáticas, moem e filtram os grãos a cada solicitação. Não é necessária capacitação de barista ou realizar manutenções, como ocorre nas máquinas de espresso. O consumo de energia elétrica das máquinas Nescafé é 99% menor do que as de espresso, pois não necessitam manter o calor da água quente o tempo todo.
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