O mel de açaí, produzido a partir do néctar da flor do açaizeiro (Euterpe oleracea), surge como um produto natural promissor no Brasil.
Resultado de estudos da Embrapa em parceria com a UFPA e UFMA, este mel monofloral possui altos níveis de compostos antioxidantes e bioativos, com benefícios potenciais para a saúde humana.
Além disso, ele é o destaque de uma nova linha de pesquisa voltada para valorizar os recursos naturais da sociobiodiversidade amazônica.
O que é o mel de açaí?
Para que um mel seja considerado monofloral, ele deve ser composto predominantemente pelo néctar de uma única flor, o que confere características exclusivas de sabor, cor e propriedades funcionais.
No caso do mel de açaí, a coloração escura e o sabor menos doce, com notas de café, são alguns dos elementos que tornam o produto singular.
A análise do mel coletado em municípios do Pará revelou que a predominância de néctar da flor de açaizeiro conferiu ao mel uma alta concentração de compostos bioativos, especialmente polifenóis, substâncias que atuam como antioxidantes.
Esses compostos protegem o organismo contra radicais livres e podem oferecer propriedades anti-inflamatórias e cardioprotetoras.
Benefícios do mel de açaí para a saúde
As análises realizadas pelos pesquisadores apontaram que o mel de açaí supera outras variedades monoflorais, como o mel de aroeira, em capacidade antioxidante.
Com uma concentração elevada de polifenóis, ele apresenta um potencial terapêutico ainda mais promissor, dado que os antioxidantes ajudam a prevenir danos celulares e promovem a saúde em geral.
De acordo com o professor Nilton Muto, da UFPA, essas substâncias atuam no corpo humano, protegendo contra inflamações e possíveis doenças crônicas.
Expansão da produção de mel no Pará
Com a alta demanda por açaí no mercado nacional e internacional, produtores do Pará têm buscado incrementar suas técnicas de produção, incluindo a polinização direcionada.
As abelhas africanizadas, por exemplo, têm sido uma opção viável para esses produtores, que, sem acesso constante a abelhas nativas, recorrem a essa espécie para garantir o processo de polinização.
Ainda que a polinização com abelhas africanizadas esteja em fase inicial de estudos, produtores relatam resultados positivos.
Segundo o pesquisador Daniel Santiago, uma abordagem mais aprofundada para investigar o impacto dessas abelhas no cultivo do açaí pode ajudar a aprimorar o manejo e promover uma maior produtividade.
O papel da pesquisa no desenvolvimento do alimento
Além da parceria Embrapa, UFPA, UFMA e agricultores locais, o estudo tem também o apoio do Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia. Afinal, essa pesquisa busca não apenas identificar os benefícios do mel de açaí, mas também fomentar novas aplicações para esse produto na gastronomia e na saúde.
A pesquisadora Sara Ferreira, autora do estudo, destacou o valor científico da descoberta e acredita que o mel de açaí pode abrir novas possibilidades para a produção de alimentos e produtos medicinais com base na biodiversidade amazônica.
Vale ressaltar que esse mel demonstra grande potencial de expansão, especialmente em uma região como a Amazônia, que é rica em recursos naturais e biodiversidade.
Dessa forma, com a crescente demanda por produtos naturais e sustentáveis, a apicultura na região amazônica pode se tornar uma fonte de renda significativa para muitas famílias, além de contribuir para a preservação dos ecossistemas locais.
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