FAO climate change
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Diretor-geral da FAO reforça necessidade de inovações para minimizar os impactos das alterações climáticas.

Ações climáticas nos sistemas agroalimentares oferecem uma oportunidade única para enfrentar, de uma só vez, múltiplos desafios globais e locais. Por isso, é fundamental que atores de todo o mundo compartilhem suas experiências e informações, buscando soluções para a fome e para fortalecer a resiliência humana.

O evento paralelo “Avanços nas ações climáticas por meio de uma agricultura sustentável e sistemas alimentares resilientes”, organizado pela FAO, Azerbaijão, Itália, Emirados Árabes Unidos e Banco Mundial durante a Assembleia Geral das Nações Unidas ocorreu no domingo, dia 22/09.

O evento criou um espaço para que todos os Estados Membros apresentassem ações para melhorar seus sistemas agroalimentares e discutissem perspectivas para a COP 29, a próxima cúpula internacional sobre o clima.

“O cenário científico é claro”, afirmou QU Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), durante sua intervenção na mesa redonda. “As consequências estão evidentes.”

Qu destacou que a crise climática já está impactando a produção agrícola e a segurança alimentar, e que a variabilidade climática e os extremos climáticos são grandes impulsionadores do aumento da fome no mundo, que já afeta mais de 730 milhões de pessoas.

Ele enfatizou que mais de 40% da população mundial é altamente vulnerável aos impactos climáticos, o que está diretamente relacionado ao aumento da desnutrição. “Precisamos garantir que os sistemas agroalimentares estejam totalmente integrados nos processos e estratégias nacionais de clima e biodiversidade”, completou Qu.

Desafios e soluções integradas

Qu destacou que os desafios climáticos e alimentares são inseparáveis, assim como as soluções. Ele observou que essas soluções estão no centro dos planos de ação da FAO, conforme estabelecido no Marco Estratégico da FAO 2022-2031.

A transformação dos sistemas agroalimentares para que sejam mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis exigirá ações em diversas áreas, como pecuária, recarbonização dos solos, mudanças no valor dos alimentos aquáticos e o fim do desmatamento.

Autoridades de vários países e instituições participaram da mesa redonda, que concluiu com a apresentação das prioridades para a COP29, que será realizada no Azerbaijão, em novembro.

FAO anuncia sediar a Iniciativa Climática Harmoniya de Baku

Qu elogiou a Iniciativa Climática Harmoniya de Baku para Agricultores, dizendo que ela “fornece uma importante plataforma para promover a colaboração e a coerência”.

Ele acrescentou que a FAO está “satisfeita em sediar essa iniciativa” em sua sede, servindo como um mecanismo de monitoramento eficaz de uma COP para a próxima, com foco em prioridades como o empoderamento de mulheres agricultoras e jovens.

Inteligência artificial a serviço dos pequenos produtores

Garantir que as promissoras aplicações da Inteligência Artificial (IA) beneficiem os pequenos produtores é essencial para alcançar a melhor e mais equitativa transformação dos sistemas agroalimentares.

Os Emirados Árabes Unidos, que se comprometeram a desenvolver plataformas de acesso aberto nessa área, organizaram outro evento paralelo focado na “Agricultura em grandes modelos de linguagem (LLMs) e IA para pequenos agricultores”.

Maximo Torero, economista-chefe da FAO, destacou que a organização já integrou a IA em várias capacidades digitais, e que ela pode gerar ainda mais resultados positivos se utilizada de maneira ampla e com o propósito certo, beneficiando todos e não agravando desigualdades. A FAO é signatária do Chamado de Roma por Ética na IA desde 2020.

Modelos de fundação e IA para sistemas agroalimentares

Torero ressaltou o potencial dos Modelos de Fundação, redes neurais de deep learning treinadas em grandes conjuntos de dados que podem acelerar a acessibilidade de soluções de IA de alto desempenho em vários setores, incluindo o agronegócio.

A FAO vê com otimismo o uso desses modelos para gerar bens e serviços públicos, especialmente para pequenos agricultores familiares, auxiliando em pesquisas, serviços de assessoria digital e elaboração de políticas.

Ele finalizou destacando que definir os papéis e responsabilidades dos principais atores em esforços colaborativos será essencial para o sucesso da transformação dos sistemas agroalimentares.


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